Operação de combate a fraudes no Simples Nacional revela indícios de irregularidades em empresas

Alvo foram empresas do setor varejista de material de construção cujo faturamento somado ultrapassa R$ 52 milhões nos últimos cinco anos

Uma operação fiscal para combater irregularidades tributárias em grupos econômicos enquadrados no regime do Simples Nacional, promovida pela Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), com foco no setor varejista de material de construção, revelou indícios de práticas ilegais envolvendo empresas cujo faturamento somado ultrapassa R$ 52 milhões nos últimos cinco anos.

Ascom Sefaz

Operação teve foco no setor varejista de material de construção

Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 13, as investigações apontaram para o fracionamento irregular do faturamento entre diferentes empresas, prática adotada para se manter no Simples Nacional, regime que oferece uma tributação reduzida a negócios com limite de receita anual definido por lei. Quando esse limite é ultrapassado, as empresas devem ser automaticamente excluídas do regime e migrar para o Regime Geral, no qual a carga tributária é superior.

De acordo com a Sefaz-AL, algumas empresas teriam se organizado de forma irregular, formando grupos econômicos fictícios para pulverizar o faturamento e manter benefícios indevidos. Essa prática, caracterizada como ilegal, pode envolver confusão patrimonial e gerencial, além do uso de empresas fictícias e “sócios testa de ferro”.

Caso a irregularidade seja confirmada, as empresas podem ser excluídas do Simples Nacional e obrigadas a recolher os tributos retroativos, incluindo o ICMS, com aplicação de juros e multas. Além disso, todos os sócios, pessoas jurídicas e contadores responsáveis pelas empresas podem responder solidariamente pela formação do grupo econômico irregular, enfrentando até sanções fora da esfera administrativa em situações mais graves.

A operação mobilizou 11 auditores fiscais da Receita Estadual e contou com o apoio da Companhia Fazendária da Polícia Militar de Alagoas. O objetivo foi não apenas verificar as irregularidades apontadas, mas também orientar os contribuintes sobre suas obrigações fiscais, levantar provas e possibilitar a regularização das empresas perante o fisco e a sociedade alagoana.

Além de buscar recuperar valores devidos ao Tesouro Estadual, as ações da Sefaz-AL têm como foco combater a sonegação fiscal, coibir a concorrência desleal e proteger empresas que cumprem corretamente suas obrigações tributárias.

O secretário especial da Receita Estadual, Francisco Suruagy, destacou que operações como essa fortalecem a arrecadação e promovem um ambiente de negócios mais justo e competitivo em Alagoas.

“A regularização fiscal é essencial para garantir a justiça tributária, protegendo tanto o governo quanto os contribuintes que atuam de forma correta. Essas ações não apenas combatem a sonegação, mas ajudam a equilibrar o ambiente econômico, criando condições mais justas para todos os empreendedores”, afirma o secretário.

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