Uma coxinha explodiu ao ser tirada da panela e causou queimaduras no rosto de Nataniel Freitas de Oliveira, morador de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Ele estava fazendo a fritura em casa e conta que, com a explosão, foi atingido por óleo quente.
“Eu estava fritando três coxinhas. Fui tirar uma com a escumadeira e ela e mais uma estouraram, ficaram partes espalhadas por toda a cozinha. O óleo veio no meu rosto e Graças a Deus não pegou no olho, eu podia ter ficado cego”, conta.
Ao explodir, o recheio e parte da massa se soltaram da coxinha, ficando apenas a “casca” intacta. Veja no vídeo acima.
Nataniel afirma que estava sozinho em casa no momento do acidente e, logo depois, procurou atendimento médico em um hospital.
Ele foi diagnosticado com queimaduras de primeiro e segundo grau e teve que tomar antibióticos e usar pomadas. Porém, apesar da extensão dos ferimentos, não ficou com nenhuma cicatriz.
“No primeiro dia ficou uma vermelhidão, depois chegou a formar feridas e fazer ‘cascas’, mas não ficou nenhuma marca. Foi só o susto mesmo”, comemora o vigilante.
A recuperação levou cerca de três meses, conta Nataniel.
O caso aconteceu em setembro de 2023 e veio à tona após Nataniel ver a notícia da coxinha que explodiu no rosto de um cliente em um bar de Curitiba e decidir contar a própria história no aplicativo Você na RPC.
Segundo ele, as coxinhas que estouraram foram compradas pré-prontas de uma vendedora ambulante de quem ele e a família eram clientes.
Desde a situação, ele e a esposa decidiram não fritar mais nenhuma coxinha na casa.
“Agora só compro pronta, e abro antes de morder. A mesma coisa com pastel, que tem bastante ar dentro”, conta.
Explosão de coxinha
O caso que motivou Nataniel a compartilhar a própria história aconteceu neste mês de dezembro.
O cliente de um bar de Curitiba deu uma mordida em uma coxinha de frango e sentiu o salgado, literalmente, explodir na boca e no rosto.
A cena foi registrada por uma câmera de segurança e, segundo a doutora em biociências e biotecnologia Laura Marise, pode ter sido causada por uma bolsão de ar.
Segundo a cientista, durante o processo de produção do salgado ele pode ter sido moldado de uma forma que permitiu que uma pequena quantidade de ar ficasse presa entre o recheio e a massa.
Esse ar, ao ser aquecido durante a fritura, pode ter expandido, gerando pressão interna.
Conforme Laura, a pressão que se formou dentro da coxinha não deve ter sido suficiente para romper a massa imediatamente, pois a massa de coxinha, quando feita com farinha de trigo, é bastante forte e possui teor de glúten, o que a torna resistente.
Ao ser mordida, a coxinha pode ter liberado a pressão de forma abrupta, causando a explosão.
Como evitar que o salgado exploda?
Para evitar incidentes como esse, o cozinheiro Hugo Vassoler, de Ponta Grossa, explica que os cuidados devem iniciar no preparo.
“Quando é feito de forma artesanal – ou seja, enrolado com as mãos – deve-se ter o cuidado para não deixar o ar no produto. Isso serve para todos os salgados que são submersos no óleo”, explica.
No momento da fritura, também deve se colocar uma quantidade de óleo suficiente para deixar o salgado submerso nele.
“Caso contrário, tem que ser removido da fritadeira e descartado! Esse é o ideal, porém alguns estabelecimentos não fazem dessa forma para economizar óleo – e quando a fritura fica com tons variados, é muito provável que o preparo tenha sido realizado dessa forma”, alerta.
Na hora de comer, a dica é abrir a coxinha com a mão para o vapor sair e, também, não queimar a boca.
“É só fazer igual ao pastel, que é muito comum já. Ao invés de comer, tira um pedacinho com a mão, pro vapor não queimar a boca. É só fazer isso também com a coxinha, para tomar cuidado”, complementa o cozinheiro curitibano Rui Morschel.