Campeão da CONMEBOL Libertadores e do Brasileirão, o treinador exaltou o estilo de sua equipe, descrevendo o Fogão como dono do “melhor futebol da América do Sul”.
Artur Jorge também se igualou a outros dois comandantes lusos que marcaram época no futebol brasileiro: Jorge Jesus, multicampeão pelo Flamengo entre 2019 e 2020, e Abel Ferreira, que vem empilhando taças desde que chegou ao Palmeiras, em 2020.
A resposta foi dada após o ex-botafoguense ser perguntado sobre o porquê do sucesso dos técnicos portugueses no futebol do Brasil.
“É competência. Não é um dado adquirido que o treinador português vá ter sucesso no Brasil. Este ano, chegámos a ter seis a competir no Brasileirão na mesma altura e acabamos só dois: eu e o Abel”, destacou.
“Esta marca de sucesso é feita de rigor, disciplina, competência e também recursos para fazer um bom trabalho. Jesus e Abel são referências fortes. Acho que eu também consegui deixar essa marca”, seguiu.
“O meu registo iguala esses dois nomes numa galeria de notáveis, numa elite pelo que fizemos no Brasil. O Botafogo foi associado a qualidade de jogo, a intensidade… Havia um reconhecimento quase geral de que éramos a melhor equipe a jogar futebol na América do Sul”, exaltou.
“Isso até poderia não resultar em títulos, mas conseguimos juntar essa mentalidade ao sucesso desportivo e confirmar o selo de qualidade português”, complementou.
Sobre as duas disputas contra Abel na Libertadores e, principalmente, no Brasileirão, Artur Jorge destacou que pouco conversou com o treinador rival no Brasil, apesar da amizade de ambos.
De acordo com o futuro comandante do Al Rayyan, isso se deve muito à rivalidade recente entre Palmeiras e Botafogo, criada desde o Brasileirão de 2023.
“Só conversamos quando jogamos um contra o outro. Somos amigos desde Braga. Trabalhámos juntos no Sporting Braga. A rivalidade sente-se muito, até porque Palmeiras e Botafogo criaram uma realidade que não existia há uns anos”, explicou.
“O Abel e o seu Palmeiras foram uns competidores tremendos, deram-nos muito trabalho, lutaram até ao fim e obrigaram-nos a andar sempre no limite. Isso valorizou o campeonato e também a Libertadores, porque passámos por eles também nessa competição”, lembrou.
“Apesar de não perdermos qualquer jogo contra eles neste ano, o Palmeiras é uma equipe fortíssima. Não sendo eu campeão, que fosse o Abel. Porque trabalha, faz por isso e tem uma belíssima equipe”, acrescentou.
Artur Jorge ainda elogiou muito a qualidade do Campeonato Brasileiro e destacou que gostou mais do Brasileirão do que do Campeonato Português pela competitividade.
“Posso confessar aqui de que gosto mais do Campeonato Brasileiro do que do Português. (No Brasil) Há oito, nove equipes candidatas ao título e isso gera uma grande competitividade em cada jogo. O jogador brasileiro tem uma qualidade acima da média, que quando potenciada de forma coletiva acaba por fazer a diferença”, observou.
“Outro aspecto fundamental é a paixão com que os adeptos vivem os jogos. O campeonato é muito vivo. Não tive jogos fáceis, mesmo havendo duas ou três equipes abaixo da média, foi aí onde perdi mais pontos. Botafogo, Palmeiras, Flamengo, Internacional e Fortaleza chegaram às últimas jornadas com a possibilidade de serem campeões. Curiosamente, destas cinco equipas, três delas são treinadas por estrangeiros”, finalizou.