A próxima edição do semanário satírico francês Charlie Hebdo, nas bancas a partir de quarta-feira (14) – a primeira depois do atentado, vai incluir caricaturas de Maomé e sairá com 1 milhão de exemplares.
O advogado da publicação, Richard Malka, garantiu à Radio France Info que a revista vai incluir outras sátiras sobre políticos e religiosos. "Nunca vamos ceder. Se não, nada disto teria sentido", disse o advogado e colaborador do semanário, onde dois homens armados mataram na quarta-feira (7) 12 pessoas, oito delas jornalistas, supostamente em represália à publicação de caricaturas do profeta do Islã.
No domingo, 3,7 milhões de pessoas manifestaram-se na França contra o terrorismo.
O jornal Charlie Hebdo , cuja tiragem habitual é de 60 mil exemplares, sairá quarta-feira com 1 milhão e será traduzido em 16 idiomas, informou um dos caricaturistas, Patrick Pelloux.
"Terá uma difusão excepcional como gesto de vida e sobrevivência", acrescentou Malka. Para o advogado, o lema tornado popular depois dos atentados "Eu sou Charlie" é um "estado de espírito, que também quer dizer o direito à blasfêmia" e, por isso, a nova edição vai incluir caricaturas de Maomé.
Os jornalistas do semanário satírico estão trabalhando nos escritórios do diário Libération, protegidos por considerável aparato policial.