Slum promove educação ambiental no Bom Parto

Fernando Coelho (Ascom/Slum)Rita Araújo, da Slum, e o líder comunitário Fernando Lima orientam moradora sobre novas lixeiras

Rita Araújo, da Slum, e o líder comunitário Fernando Lima orientam moradora sobre novas lixeiras

Entre os estimados dois mil pontos crônicos de lixo espalhados pela cidade, o formado pelo descarte inadequado junto à linha férrea na Rua Francisco de Menezes, no bairro do Bom Parto, é considerado um dos mais problemáticos. Apesar da coleta diária – de segunda a sábado – e do gari fixo responsável pela varrição da área, o lixo se acumula por toda extensão dos trilhos e do canteiro central.

Na tentativa de minimizar o estado de uma paisagem que parece permanecer inalterada – apesar do trabalho constante de limpeza e coleta –, a Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e as lideranças comunitárias do bairro iniciaram, na manhã desta quarta-feira (03), a instalação de sete lixeiras próximas à estação do Bom Parto, além de uma ação de educação ambiental com os moradores da região.

“A orientação da educação ambiental será dizer aos moradores – principalmente os que moram nas vielas em que o caminhão coletor não pode entrar – para colocar o seu lixo dentro da lixeira apenas no horário de coleta, que ocorre de segunda a sábado no turno da noite”, explicou Rita Araújo, coordenadora do Departamento de Controle Ambiental da Slum.

Na ocasião, os educadores ambientais também entregaram panfletos explicativos sobre os riscos da proliferação de endemias – como a dengue e a chikungunya – em locais com acúmulo de resíduos descartados inadequadamente. A ação da Slum deverá ocorrer em outros dias com o objetivo de atingir o maior número possível de pessoas.

Lixo é na lixeira

Para o líder comunitário Fernando Lima, as lixeiras por si não vão resolver o problema de modo definitivo, mas, segundo acredita, elas representam o começo de um processo de mudança. “Fizemos essa parceria com a CBTU por que o lixo sobre a linha férrea estava causando transtornos. A ação só iria funcionar com a participação da educação ambiental. A gente pode não acabar, mas minimizar já é um avanço”, comenta.

A liderança também pretende pleitear junto à Slum a contratação de garis comunitários para as ruas em que o caminhão coletor não tem acesso. Até lá, cabe ao morador colocar o lixo nas lixeiras recém-instaladas.

O gari Evair Santos trabalha diariamente na região do Bom Parto. Ele lamenta que os moradores não queiram esperar o horário correto da coleta. “A situação fica pior no domingo, dia que não tem coleta. Mesmo assim, as pessoas jogam os sacos aqui. Na segunda-feira então, a situação fica bem complicada. A gente conversa com eles, tenta orientar, mas não tem jeito. Espero que a situação melhore um pouco com essas lixeiras”, comenta o agente de limpeza.

Outro problema da região é que nem sempre é o residente do bairro que vem descartar resíduos ao longo da via principal e da linha férrea. Moradores denunciam o descarte por parte de pessoas que vem de outras localidades.

Iraci Silva mora há 20 anos no Bom Parto e diz que o descarte inadequado é um hábito antigo. Ela acredita que os moradores podem se educar, mas confirma que nem todo o lixo despejado vem do bairro. “Se todo mundo se unisse para esperar a coleta, tudo bem. Mas o problema está em gente que vem de outros bairros. Sem contar os catadores que também rasgam os sacos para retirar o material reciclável e deixam o lixo espalhado”, comenta.

Antônio Alves reside no primeiro andar de um sobrado em frente ao local onde as lixeiras foram instaladas. Cansado de flagrar o descarte inadequado, desabafa: “Vem gente de carroça, bicicleta, caminhão e uns que nem param o carro: joga o lixo pela janela”.

Agora, ele espera que as lixeiras representem um exemplo positivo para acabar com um problema crônico que afeta toda uma comunidade.

Fonte: Assessoria

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