Último réu do massacre do Carandiru pega 624 anos de prisão

Ele já estava preso pela morte de 6 travestis.

Arquivo/Reprodução/TV GloboEx-PM Cirineu Letang Silva: quando foi preso em 2011, acusado de matar um travesti em SP.

Ex-PM Cirineu Letang Silva: quando foi preso em 2011, acusado de matar um travesti em SP.

Último réu acusado de participar do massacre do Carandiru, o ex-policial militar Cirineu Carlos Letang Silva foi condenado a 624 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de 52 presos dos 111 mortos na casa de detenção.

Letang já está preso, pela morte de 6 travestis, depois de ter participado da ação na casa de detenção.

O ex-PM começou a ser julgado nesta terça-feira (9), no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. O julgamento terminou no início da madrugada desta quarta (10).

Em abril deste ano, 15 homens, entre policiais e ex-policiais, foram condenados, em júri popular, a pena de 48 anos de prisão cada um. Além deles, outros 58 agentes e ex-agentes já haviam sido condenados em três julgamentos anteriores. No total, 73 foram considerados culpados pelas mortes de 77 presidiários (mais 34 presos teriam sido mortos pelos próprios colegas de celas). Os sentenciados receberam penas que variam de 96 a 624 anos de prisão. Somadas, as penas chegam a 20.876 anos.

Como estavam soltos, todos os condenados recorrem em liberdade dessa decisão da Justiça. Letang é o único dos PMs acusados de participar do massacre que está preso, mas por outros crimes.

Ele é a apontado como matador em série de travestis. Teria assassinado seis transexuais entre os anos de 1990 e 2011. Foi condenado a mais de 16 anos de prisão pela morte do travesti Alison Pereira Cabral dos Anjos. O local onde está preso não foi informado.

Letang, que tem aproximadamente 50 anos, também não havia sido julgado anteriormente junto com os demais PMs e ex-PMs porque sua defesa pediu à época que o cliente fosse submetido a um laudo de insanidade mental. Os advogados do réu não foram localizados para comentar o resultado do exame e o júri.

Em outras ocasiões, a defesa havia negados as acusações das mortes dos travestis e presos do Carandiru.

Ex-policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Letang foi acusado pelo promotor Daniel Tosta pelas mortes de 73 presos que estavam no terceiro pavimento do Pavilhão 9 do Carandiru, na Zona Norte. O local correspondia ao segundo andar.

O episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru aconteceu em 2 de outubro de 1992, após uma rebelião de presos na unidade. Ao todo, 111 presidiários morreram após a entrada da Polícia Militar (PM) na casa de detenção.

Fonte: G1

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