Museu Théo Brandão abre exposição com ilustrações em estilo mangá

Assessoria Museu Théo BrandãoIluminação no Museu Théo Brandão, da Universidade Federal de Alagoas

Iluminação no Museu Théo Brandão, da Universidade Federal de Alagoas

A partir da próxima sexta-feira, 12, às 19h, o Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore irá apresentar ao público a exposição As 50 histórias que minha avó contava.São narrativas folclóricas sobre lendas, contos relacionados a criaturas extraordinárias como A mulher da capa preta, As caboclinhas, Fogo Corredor, Dona Fulorzinha, São Longuinho e entre outras referências que fazem parte do imaginário popular, especialmente no interior do Brasil.

O trabalho é um dos que foram selecionados por meio do edital de exposições temporárias para o ano de 2014 e, como o próprio título da exposição sugere, as histórias são narrativas contadas por uma avó, cuja ouvinte é a artista e estudante de Design, Mariana Petrovana. Quando criança, a neta passava longos períodos em companhia da avó materna, em um sítio, localizado em União dos Palmares. Mariana nunca esqueceu essas histórias e, agora, resolveu recontá-las de um jeito bem particular.

Para contar as histórias de sua infância, Mariana tem a colaboração da artista Janaina Freitas, que também é estudante de Design. Elas fazem parte do Studio Pau Brasil, especializado em artes visuais. Mariana é professora de desenho e produtora de ilustrações e quadrinhos. Janaina é arte-finalista, artista plástica, colaboradora na produção artística do Studio e escreve artigos e críticas sobre mangá, anime, quadrinhos e cultura pop japonesa.

Este mangá japonês se caracteriza, entre outros aspectos, pelo uso das ilustrações em preto e branco. Os desenhos da exposição, entretanto, utilizam mais cores. Mariana explica que o trabalho desenvolvido para a exposição é um mangá brasileiro. “Como um produto derivado, esses quadrinhos sofrem hibridização. Ele não é um mangá japonês, com todos os códigos visuais e culturais. Esse estilo híbrido faz uso das técnicas de desenho, narrativa e alguns elementos metalinguísticos para enriquecimento da história” salienta.

A esquematização usada para a composição das imagens revela um protagonista e os antagonistas em um jogo de branco e preto. Miguel (o protagonista) tem o cabelo claro e as roupas quase ausentes de preenchimento, enquanto que as entidades e assombrações (antagonistas) são praticamente todas escuras, criando um contraste. “Essa característica também foi herdada do mangá e adaptada, pois o uso de cores e texturas já é parte da hibridização do estilo”, explica Mariana.

A artista acentua que o mangá brasileiro, embora tenha semelhanças com o estilo japonês, reflete aspectos sociais e culturais do Brasil. “Esses aspectos estão delineados desde os temas abordados nas histórias, até a forma de falar, com inserção de termos linguísticos regionais e o uso de signos que refletem elementos encontrados em nosso país”, destaca. Ainda de acordo com Mariana, a escolha desse estilo aconteceu por influência da cultura japonesa, no que se refere à utilização de elementos folclóricos nas narrativas.

“Os japoneses possuem folclore e mitologia ricos em entidades, deuses e criaturas. Esses elementos são amplamente explorados em suas histórias desde os tempos mais antigos. Tais personagens foram atualizados, ganharam nova roupagem, tornando-se interessantes para os novos públicos. No Brasil, também temos um rico folclore, composto por uma variedade de entidades, mitos e crenças. Pensando nisso, nós do Studio começamos a registrar essas histórias”, conta.

SERVIÇO

Exposição: As 50 histórias que minha avó contava

Abertura: sexta-feira, 12, às 19h

Local: Museu Théo Brandão

Período: até o dia 28 de fevereiro

Horário de visitação: de terça a sexta, das 9h às 17h. Aos sábados, das 14h às 17h.

Entrada franca.

Fonte: Assessoria

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