Zagueiro da seleção ajudou veteranos a fugirem da concentração para não ‘apanhar’

RICH SCHULTZ/GETTY IMAGESZagueiro Juan (esq) em ação pela seleção brasileira em amistoso contra a Argentina

Zagueiro Juan (esq) em ação pela seleção brasileira em amistoso contra a Argentina

Com apenas 23 anos, Juan Guilherme Nunes Jesus é titular absoluto e incontestável da gigante Inter de Milão, da Itália. Além disso, esteve nas últimas convocações da seleção brasileira, mostrando também ter a confiança do técnico Dunga.

No entanto, poucos sabem o que ele passou no início de carreira, principamente nas categorias de base, antes de alcançar o sucesso no futebol europeu.

"Na base do Inter, passávamos por umas boas quando eu era dos mais novos…", lembrou, aos risos, em entrevista à Rádio ESPN, antes de contar os episódios marcantes.

"De noite, os atletas mais velhos batiam no nosso quarto 2 horas da madrugada porque queriam sair para a balada. A gente, cheio de sono, tinha que ajudá-los a escapar do alojamento, segurávamos o lençol enquanto eles saíam", contou Juan.

Como recompensa pela ajuda, os garotos mais novos não "apanhavam" no dia seguinte.

"A gente ficava quieto e voltava a dormir. Depois, eles aliviam para gente no treino. Eles eram mais velhos, e muito mais fortes, mas davam um ‘refresco’", recordou o defensor.

No início da carreira, Juan também teve dificuldades para mostrar seu futebol, mesmo com seu pai sendo o dono do time da escolinha do bairro onde morava, em Belo Horizonte. O problema é que o "velho" tinha medo que seu caçula se machucasse.

"Comecei num time do meu bairro, em um campo de terra perto de casa. Eu era criança e queria jogar, mas meu pai, que era o dono do time da escolinha, não me deixava porque era muito pequeno. Eu ficava como gandula na beira do campo e ele dizia que quando eu crescesse eu iria jogar", disse o atleta da Inter de Milão, que também tinha um irmão bom de bola, mas que preferiu seguir outra carreira.

"Meu irmão mais velho que jogava lá na escolinha era muito bom, mas não quis continuar como jogador. Acabou indo pra faculdade e virou engenheiro", afirmou.

Vida na Itália

Juan começou na base do Internacional em 2006. Quatro anos depois, já estava no grupo que foi campeão da Libertadores, em cima do Chivas Guadalajara. Pouco depois, foi campeão do Sul-Americano e do Mundial sub-20 com a seleção brasileira. Não demorou para chamar a atenção da Inter de Milão, que o levou para a Itália em 2012, mesmo ano de sua primeira convocação para a seleção principal.

No novo país, "apanhou" da língua diferente e do fogão, já que não tem habilidade nenhuma com a culinária.

"No começo, sofri um pouco com a língua. Falava muita coisa errada e pagava mico (risos)! Mas depois fui me virando. Hoje, minha esposa e eu falamos fluentemente. Ela faz faculdade de comunicação aqui na Itália, inclusive", relatou.

"Saí de casa com 15 anos para jogar bola, mas não sei cozinhar nada (risos). Acabei de esquentar um pão de queijo no forno! No máximo, sei fazer um ovo frito para colocar no pão", sorriu o zagueiro, dono de 91 jogos pela Internazionale nos últimos anos.

No novo país, "apanhou" da língua diferente e do fogão, já que não tem habilidade nenhuma com a culinária.

"No começo, sofri um pouco com a língua. Falava muita coisa errada e pagava mico (risos)! Mas depois fui me virando. Hoje, minha esposa e eu falamos fluentemente. Ela faz faculdade de comunicação aqui na Itália, inclusive", relatou.

"Saí de casa com 15 anos para jogar bola, mas não sei cozinhar nada (risos). Acabei de esquentar um pão de queijo no forno! No máximo, sei fazer um ovo frito para colocar no pão", sorriu o zagueiro, dono de 91 jogos pela Internazionale nos últimos anos.

Há quase três anos na Itália, Juan, no entanto, ainda não conseguiu se acostumar com a programação da TV local. Segundo o camisa 5, os programas humorísticos da "Velha Bota" são ainda piores que os brasileiros.

"Aqui não tem muitas novelas, é mais filme e programa americanos, tipo reality shows. Tem programa de piadas, mas eu não acho engraçado. Fiquei 15 minutos vendo outro dia e deu sono, quase dormi. Não consigo entender o tipo de humor deles, é muito diferente", brincou.

Hernanes e o Dérbi de Milão

Na Inter de Milão, um dos melhores amigos de Juan é o meio-campista Hernanes. De acordo com o zagueiro, o "Profeta" é alvo de brincadeiras de todo o elenco interista, principalmente por criar teses e teorias que considera totalmente verdadeiras.

"Ele faz umas coisas que não da pra acreditar que existe. Uma vez, ele disse que inventou um modo novo de correr, disse que iria ficar mais rápido, mas que não podia contar pra ninguém como era, ou iam roubar o segredo (risos). Ele fala como se fosse um doutor, com uma certeza absoluta, olha no seu olho", contou.

"Tem dias que ele coloca terno com tênis de academia, pois diz que é mais macio, mas fica muito feio. O pessoal gosta de brincar com ele, é um dos assuntos preferidos da rapaziada na hora da resenha", completou o ex-colorado.

Outro ponto que lhe chama a atenção sobre o futebol italiano é o clássico contra o Milan, grande rival da Inter. Para Juan, no entanto, o Gre-Nal, que ele disputou várias vezes pelo clube colorado tanto na base quanto no profissional, é uma partida ainda maior.

"O Gre-Nal é mais pegado que o Dérbi de Milão, tem muito mais porrada, é peleia, como eles gostam de dizer no Sul. Aqui é mais tático, mais técnico…", opinou o brasileiro.

No entanto, o Derby della Madonnina também tem seus momentos de Gre-Nal

"Aqui tem porrada às vezes também (risos). O [lateral-esquerdo brasileiro] Dodô tomou uma cotovelada na boca uma vez e ficou duas semanas com um corte feio".

Fonte: ESPN

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