Publicitário faz boneco-currículo para buscar emprego em SP e no RJ

Arquivo Pessoal/ Henrique MurateHenrique Murate posa para fotos com seu boneco-currículo

Henrique Murate posa para fotos com seu boneco-currículo

Em busca de uma oportunidade de emprego, o publicitário paranaense Henrique Murate, de 26 anos, resolveu inovar e criou um currículo, no mínimo, diferente. Ao invés de informações impressas em um papel ou descritas em um e-mail ou site de vagas, ele confeccionou um boneco-currículo para mostrar suas habilidades.

“A ideia do boneco surgiu quando estava no fim da faculdade. Analisei que seria difícil entrar em uma boa agência sendo recém-formado, então busquei uma maneira de me diferenciar e ser notado. Defini que seria o boneco porque eu já tinha o equipamento para produzir a maior parte do material. Queria que as agências notassem a minha busca e me dessem uma chance”, conta Murate.

Os bonecos têm cerca de 25 centímetros de altura e vêm em uma caixa personalizada, que traz o currículo do jovem. Foram feitas 50 unidades e cerca de 30 foram entregues em agências de publicidade de São Paulo e do Rio de Janeiro. “A costureira deixou uns 20 muito magros, então decidi guardar de recordação e dar alguns para amigos”, conta.

Murate fez o primeiro desenho do rosto do boneco, mas o resultado não foi dos melhores. Ele recorreu a uma caricatura, que depois foi digitalizada e transferida para o tecido. Uma costureira finalizou o boneco. Ele também fez o layout da caixa, imprimiu em uma gráfica e depois montou tudo. Segundo ele, o gasto foi de cerca de R$ 7, sendo R$ 3 para o boneco e R$ 4 para a caixa.

O jovem até enviou o currículo por e-mail e se candidatou em sites de emprego, mas não teve nenhum resultado. “Quando pensava em enviar já imaginava ele na gaveta, no lixo ou na caixa de spam”, relata.
Escolha da publicidade

Antes de entrar na faculdade, Murate já sabia que queria atuar na área de comunicação, mas decidiu esperar para tomar sua decisão final. Ele acabou indo trabalhar no Japão, entre 2007 e 2009, em uma fábrica de autopeças.

Quando voltou ao país, ele escolheu a publicidade e começou a faculdade. “Busquei as faculdades na minha cidade e acreditei que publicidade e propaganda seria o curso que me traria mais satisfação no trabalho. Com o decorrer da faculdade tive a confirmação que era isso que buscava”.

Durante o curso, ele fez um estágio em uma empresa de tecnologia da informação e em uma indústria de cosméticos.

Entrega dos bonecos

Para entregar os currículos, Murate foi até a sede das agências, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ele esperava alguém entrar ou sair para trabalhar e entregava o boneco. “Fui pessoalmente, sem saber o nome da pessoa a quem deveria destinar o boneco. Quando não conseguia, deixava na portaria e explicava a situação”, conta. Foram 15 dias de entrega durante o mês de novembro.

Ele foi procurado por uma start up da sua região, mas até o momento somente três agências que receberam o boneco retornaram o contato e o convidaram para uma conversa. Mas ele ainda não tem uma proposta concreta de trabalho.

“Acredito que eu tenha alguma chance, devido à repercussão que acabou tendo. Já melhorou bastante de nenhuma chance, que era o que eu tinha antes disso tudo começar, para alguma chance”, conta.
A saga de Murate pode ser acompanhada em uma página no Facebook, em que o jovem mostra suas ‘aventuras’ durante a entrega do boneco-currículo.

Fonte: G1

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