As fotos revelam o sangue derramado pelos muçulmanos durante a celebração chamada Ashura e causam aflição para todos que não fazem parte da cultura islâmica xiita que relembra, nesta terça-feira, o aniversário de morte Imam Hussein, neto do profeta Maomé, há 1.300 em uma batalha. A chamada celebração “Ashura” acontece em países como Afeganistão, Índia, Iraque, Líbano e Paquistão.
Os peregrinos xiitas recordam a morte do mártir Hussein no ano 680 pelas tropas do califa omeia Yazid. Segundo a tradição, o imã Hussein, morto ao lado de outros companheiros na batalha de Kerbala, foi decapitado e teve o corpo mutilado, o que os fiéis xiitas recordam com o autoflagelo.
Durante o evento, os muçulmanos se autoflagelam com lanças, facas, espadas e objetos pontiagudos – atingindo costas, cabeça e pernas. Com roupas brancas, centenas de homens abriram a procissão. Os atos de autoflagelo devem fazer a pele sangrar, em sinal de luto. Os meninos também não ficam de fora e participam dos rituais que, acreditam, podem “limpar seus pecados”.
Entre os rituais, está o de cortar a testa (crianças passam por isso), como revelou imagens lançadas pelas agências de notícias.
O grupo extremista do Estado Islâmico condena a prática e fez diversos atentados terroristas matando 23 pessoas em Bagdá neste domingo e 10 pessoas nesta segunda; um segundo aconteceu em Nahraw e matou 5 na cidade de Nahraw e feriram outros 11. Outra bomba atingiu Amil, em Bagdá, matando três e ferindo onze, segundo a polícia.
O grupo deu mais uma demonstração de sua crueldade ao executar no domingo pelo menos 36 pessoas, incluindo quatro mulheres e três crianças, da tribo sunita Albunimer, que luta contra o EI na província iraquiana de Al-Anbar (oeste).
Apesar disso, centenas de milhares de peregrinos celebram a Ashura, a principal cerimônia religiosa xiita, na cidade sagrada iraquiana de Kerbala, em Bagdá e Beirute, sob fortes medidas de segurança em meio aos temores de ataques jihadistas. O fervor era intenso em Kerbala, cidade sagrada xiita, onde até o início da tarde não havia sido registrado nenhum incidente grave.
Kerbala, que fica 110 km ao sul de Bagdá, recebeu um forte apoio das forças de segurança para proteger centenas de milhares de fiéis que chegaram ao Iraque, procedentes dos países árabes e de outras nações. Mais de 25.000 soldados e policiais, assim como 1.500 voluntários procedentes das milícias xiitas, foram mobilizados ao longo da estrada entre Bagdá e Kerbala, assim como na cidade sagrada.