Líder do PSB na Câmara, o deputado Beto Albuquerque (RS) afirmou nesta terça-feira (4) que sua bancada avalia lançar uma candidatura própria para disputar a presidência da Casa contra candidatos de PT e PMDB. Segundo Albuquerque, o deputado Júlio Delgado (MG) – que concorreu ao comando da Câmara em 2013 – é, atualmente, o nome mais cotado para tentar a chefia da casa legislativa.
"Em 2012, o PSB teve candidato a presidente da Câmara e apoiamos uma candidatura alternativa a presidente do Senado. Nossa ideia é buscar de novo esse protagonismo. O Júlio Delgado já foi candidato, fez uma grande votação na última eleição, e pode vir a ser o candidato do PSB e, quem sabe, de toda a oposição como alternativa concreta que quebre efetivamente essa polarização política também dentro do Congresso Nacional", disse Beto Albuquerque, que disputou neste ano a Vice-Presidência da República na chapa de Marina Silva.
Dono da maior bancada da Câmara, o PT já advertiu que exigirá a presidência da Casa em 2015. A legenda, entretanto, ainda não definiu qual de seus deputados federais concorrerá ao posto.
Já o PMDB, que detém a segunda maior bancada, articula o lançamento da candidatura do deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do partido na Casa. Após obter o apoio dos colegas de partido, o parlamentar do Rio passou a negociar com legendas que integram a base governista da presidente Dilma Rousseff, como PR, PP e PTB.
Cunha, inclusive, almoçou nesta terça com líderes do chamado "blocão" para tratar do apoio dos governistas a sua candidatura. Mesmo integrando formalmente a base aliada de Dilma, o líder do PMDB tem adotado posições independentes na Câmara. Em muitas ocasiões, ele liderou movimentos de oposição que impuseram derrotas ao Palácio do Planalto.
Oposição ao governo
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou nesta terça-feira que seu partido discute internamente a possibilidade de fazer oposição ao governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Siqueira se reuniu nesta manhã com os senadores eleitos do PSB, na sede do PSB em Brasília. Na ocasião, ele deu início às conversas que definirão a posição da legenda nos próximos quatro anos.
"O que nós temos ouvido dos companheiros, tanto do Senado quanto da Câmara, até informalmente, é que o nosso tipo de oposição, se for essa a decisão do partido, não se confundirá com a oposição conservadora", enfatizou.
Após a derrota de Marina Silva na corrida presidencial, o PSB rachou. Enquanto a maioria da legenda decidiu apoiar o tucano Aécio Neves, o então presidente da sigla, Roberto Amaral, declarou publicamente voto na presidenciável petista Dilma Rousseff. Isolado no partido, Amaral acabou substituído por Carlos Siqueira.
Nesta terça, o novo presidente do PSB ressaltou que, na hipótese de sua sigla optar pela trincheira oposicionista, a postura do partido não será de uma oposição "conservadora", como a exercida, por exemplo, por PSDB e DEM.
Ao comentar uma possível aproximação com o PSDB, Carlos Siqueira desconversou, ponderando que os integrantes de seu partido querem "manter os compromissos históricos" da sigla. Na visão do dirigente, por ser um partido socialista, o PSB não abrirá mão de pautas que se "identifiquem com interesses populares".
"Nós queremos sempre manter os compromissos históricos do nosso partido, um partido que primará por sua visão programática e seu ideário socialista", explicou Siqueira.