G20 termina com cerco do Ocidente sobre crise ucraniana

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As potências ocidentais fecharam o cerco ao presidente russo Vladimir Putin durante o G20 de Brisbane (Austrália) sobre a crise ucraniana, eclipsando as questões econômicas discutidas. No entanto, os países mais poderosos do mundo, que respondem por 85% da riqueza global, chegaram a acordos sobre várias questões importantes, especialmente sobre a diminuição do crescimento ou o aumento da transparência nas regras de tributação.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e líderes da União Europeia assinaram também neste domingo (16) uma declaração conjunta para dar um impulso político à negociação em vigor do tratado comercial e de investimentos transatlântico conhecido como TTIP, que se sair do papel, se tornará maior zona de livre-comércio do mundo.
A declaração também foi referendada pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel; os primeiros-ministros do Reino Unido, David Cameron, e da Itália, Matteo Renzi, e os presidentes da França, François Hollande; do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do governo da Espanha, Mariano Rajoy.

Os líderes globais afirmam que manterão o compromisso de "promover um crescimento mais forte, sustentável e equilibrado", que contribua para "a criação de mais empregos nos dois lados do Atlântico e aumente a competitividade internacional", informou a agência de notícias AFP.

No entando, a crise ucraniana foi o centro das atenções. "Acredito que o que foi positivo no G20, é que uma mensagem muito clara foi enviada pelos países da União Europeia e da América à Rússia", comentou ao final da cúpula de dois dias o primeiro-ministro britânico David Cameron.

De fato, desde sexta-feira (14), antes mesmo da chegada de Putin nesta pacata cidade do leste australiano, os líderes anglo-saxões preparam uma recepção nada convidativa, acusando-o de agredir a Ucrânia e de desejar restaurar a ‘glória perdida do czarismo’, nas palavras do primeiro-ministro australiano Tony Abbott, segundo a EFE.

Este ambiente predominou durante a cúpula, por vezes, muito diretamente, como quando o canadense Stephen Harper disse a Putin: "Eu imagino que terei que apertar sua mão, mas eu só tenho uma coisa a dizer: você tem que sair da Ucrânia", de acordo com um porta-voz canadense. Ao que Putin respondeu: "É impossível porque os russos não estão na Ucrânia", segundo um porta-voz russo.

A Otan confirmou esta semana as afirmações de Kiev acusando a Rússia de enviar tropas e equipamento militar para o leste da Ucrânia, controlado pelos rebeldes pró-russos, o que Moscou nega. O conflito já matou mais de 4.000 pessoas desde meados de abril.

Rússia está isolada, diz Obama

Após a cúpula, o presidente americano Barack Obama considerou que, se Putin ‘continuar (…) a violar o direito internacional (…), o isolamento que a Rússia está enfrentando vai continuar’. Mesmo antes da cúpula, Putin havia sentido soprar o vento da guerra fria, advertindo na sexta-feira para um possível confronto de ‘blocos’ no G20.

Em Brisbane ele permaneceu hierático, mas deixou a cúpula mais cedo do que o previsto, o que poderia ser visto como um sinal de seu aborrecimento, mesmo que justificado por uma necessidade de um sono reparador, antes de voltar ao trabalho na segunda-feira.

Deste modo, como muitas vezes acontece em tais reuniões, as intensas considerações econômicas foram relegadas a segundo plano. "Como uma veterana do G20, posso dizer que é sempre assim", reagiu a diretora do FMI, Christine Lagarde durante uma coletiva de imprensa neste domingo.

Na última cúpula do G20 em São Petersburgo, na Rússia, em 2013, grande parte do debate foi monopolizado pela guerra na Síria.

Fonte: G1

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