Produção industrial brasileira cresce 0,7% em agosto

IlustraçãoIlustração

Em agosto de 2014, a produção industrial nacional avançou 0,7% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após também crescer 0,7% em julho, quando interrompeu quatro meses seguidos de resultados negativos, período em que acumulou perda de 3,4%. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 5,4% em agosto de 2014, sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Assim, o setor industrial acumulou queda de 3,1% nos oito meses do ano, intensificando, portanto, o recuo de 2,6% registrado no primeiro semestre de 2014. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 1,8% em agosto de 2014, manteve a trajetória descendente iniciada em março último (2,0%) e assinalou o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2012 (-2,3%).

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/2014/pimpfbr/

O setor industrial, em agosto de 2014, permanece com o quadro de ligeira melhora no ritmo produtivo, ao marcar o segundo avanço seguido que interrompeu quatro meses consecutivos de queda na produção. Vale destacar que com o resultado positivo desse mês, o total da indústria recuperou apenas parte da perda de 3,4% acumulada entre março e junho e ficou 6,2% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. Ainda na série com ajuste sazonal, os sinais de menor dinamismo da atividade industrial nos últimos meses também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que embora tenha reduzido o ritmo de queda frente aos meses anteriores, manteve a trajetória descendente iniciada em março último.

O crescimento de 0,7% da atividade industrial na passagem de julho para agosto teve predomínio de índices positivos, alcançando 14 dos 24 ramos pesquisados, com destaque para o avanço de 2,4% registrado por indústrias extrativas, que apontou o sexto resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 7,3%. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram dos setores de máquinas e equipamentos (3,9%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,5%), de produtos alimentícios (1,1%), de produtos de borracha e material plástico (4,1%), de produtos do fumo (15,4%) e de produtos de metal (2,7%). Por outro lado, entre os dez ramos que reduziram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para a média global foram assinalados por bebidas (-6,1%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-4,2%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-7,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,5%) e outros equipamentos de transporte (-6,9%). Vale ressaltar que, com exceção do primeiro setor, que mostrou taxa negativa pelo segundo mês seguido e acumulou perda de 8,6% nesse período, as demais atividades apontaram resultados positivos em julho último: 2,8%, 4,1%, 8,4% e 31,0%, respectivamente.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, somente bens intermediários (1,1%) assinalou avanço na produção nesse mês e interrompeu quatro meses consecutivos de taxas negativas nesse tipo de confronto, período em que acumulou recuo de 1,4%. O segmento de bens de capital (0,0%) repetiu o patamar registrado no mês anterior, após apontar expansão de 15,0% em julho último, quando reverteu quatro meses seguidos de queda na produção, com perda acumulada de 19,4% nesse período. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-3,0%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,8%) mostraram as taxas negativas nesse mês, com o primeiro voltando a recuar após crescer 26,3% no mês anterior, e o segundo eliminando o crescimento de 0,6% verificado em julho.

Média móvel trimestral tem variação negativa (-0,1%)
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em agosto frente ao nível do mês anterior, após também registrar resultados negativos em abril (-0,3%), maio (-0,6%), junho (-1,0%) e julho (-0,6%). Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-2,3%) assinalou a redução mais acentuada em agosto e manteve a trajetória descendente iniciada em março último. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) também apontou taxa negativa nesse mês, após ficar praticamente estável nos dois últimos meses. Por outro lado, os segmentos de bens intermediários e de bens de capital, ambos com variação de 0,2%, registraram os resultados positivos em agosto, com o primeiro revertendo o comportamento negativo iniciado em maio; e o segundo interrompendo quatro meses seguidos de queda nesse tipo de indicador.

Na comparação com agosto de 2013, produção industrial cai (-5,4%)
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 5,4% em agosto de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos, já que as quatro grandes categorias econômicas e a maior parte (21) dos 26 ramos apontaram redução na produção. Vale citar que agosto de 2014 (21 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (22). Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 25,6%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada em grande parte pela menor fabricação de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de produtos alimentícios (-4,0%), de metalurgia (-11,2%), de produtos de metal (-12,0%), de máquinas e equipamentos (-6,6%), de outros produtos químicos (-5,7%), de produtos de borracha e de material plástico (-8,5%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,4%), de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-9,3%) e de bebidas (-6,6%). Em termos de produtos, as pressões negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, açúcar cristal e VHP, sorvetes, picolés, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas e carnes de aves congeladas; artefatos e peças diversas de ferro fundido, barras de aços ao carbono, bobinas a frio de aços ao carbono, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço, bobinas ou chapas de aços zincadas e de outras ligas de aço e tubos, canos ou perfis ocos de aços sem costura; estruturas de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço, esquadrias de ferro e aço, torres e pórticos de ferro e aço, construções pré-fabricadas de metal, artefatos diversos de ferro e aço estampado e pontes e elementos de pontes de ferro e aço; máquinas para colheita, motoniveladores, válvulas, torneiras e registros, guindastes, pontes e vigas rolantes, pórticos, pontes-guindastes e carros-pórticos, carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, rolamentos de esferas, agulhas e cilindros para equipamentos industriais e retroescavadeiras; tintas e vernizes para usos em geral, herbicidas e fungicidas para uso na agricultura; peças e acessórios de plástico para indústria automobilística, pneus, juntas, gaxetas e semelhantes de borracha vulcanizada não endurecida, garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico e filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem; fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, grupos eletrogêneos, interruptores, seccionadores e comutadores para tensão menor ou igual a 1kv, eletroportáteis domésticos, aparelhos elétricos de alarme para proteção e fogões de cozinha para uso doméstico; televisores, transmissores e receptores de telefonia celular, rádios para veículos automotores, placas de circuito impresso para informática, telefones celulares, computadores pessoais de mesa (desktops) e relógios; e refrigerantes, cervejas, chope e preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais. Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2013, entre as cinco atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram observados em indústrias extrativas (7,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,3%) e produtos de fumo (34,6%), impulsionados, em grande parte, pelos avanços nos itens minérios de ferro pelotizados, óleos brutos de petróleo e minérios de ferro em bruto, no primeiro ramo, óleos combustíveis, querosenes de aviação e álcool etílico, no segundo, e fumo processado industrialmente, no último.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-17,9%) e bens de capital (-13,4%) assinalaram, em agosto de 2014, as quedas mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens intermediários (-3,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,1%) registraram os demais resultados negativos nesse mês, com ambos recuando com intensidade menor do que a média nacional (-5,4%).

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 17,9% no índice mensal de agosto de 2014, sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e mais intensa do que a observada no mês anterior (-13,7%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-25,0%), ainda influenciado por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-18,3%), de eletrodomésticos da “linha marrom” (-21,0%), por conta da menor produção de televisores, de eletrodomésticos da “linha branca” (-5,4%), de outros eletrodomésticos (-9,9%) e de móveis (-14,7%).

O setor produtor de bens de capital, ao recuar 13,4% em agosto de 2014, também assinalou o sexto resultado negativo consecutivo no índice mensal e com queda mais intensa do que a verificada no mês anterior (-8,2%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo recuo observado na maior parte dos seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 22,3% de bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado principalmente pela menor fabricação de caminhões, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, de reboques e semirreboques e de veículos para transporte de mercadorias. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital para construção (-22,9%), agrícola (-13,0%) e para fins industriais (-1,2%), enquanto bens de capital para energia elétrica (6,3%) e de uso misto (1,7%) apontaram os resultados positivos em agosto de 2014.

A queda na produção de bens intermediários (-3,3%), que apontou o sexto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior, foi explicada principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,1%), metalurgia (-11,2%), produtos de metal (-13,6%), outros produtos químicos (-5,6%), produtos de borracha e de material plástico (-8,8%), produtos alimentícios (-4,3%), produtos de minerais não-metálicos (-3,5%) e produtos têxteis (-5,5%), enquanto as pressões positivas foram assinaladas por indústrias extrativas (7,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%), máquinas e equipamentos (4,9%) e celulose, papel e produtos de papel (1,3%). Ainda nessa categoria, vale citar também os resultados negativos registrados pelos grupamentos de insumos para construção civil (-7,2%), que registrou a sexta queda consecutiva nesse tipo de comparação, e de embalagens (-2,3%), após também recuar em junho (-3,6%) e julho (-2,6%) últimos.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis, ao recuar 3,1% em agosto de 2014, reverteu o avanço de 0,6% assinalado em julho último. O desempenho nesse mês foi influenciado em grande parte pelos recuos vindos dos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,2%), de semiduráveis (-7,1%) e de não-duráveis (-1,2%), pressionados principalmente pela menor fabricação de sorvetes, picolés, refrigerantes, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, cervejas, chope, carnes e miudezas de aves congeladas, biscoitos e bolachas, no primeiro subsetor, camisetas de malha, calças compridas de uso feminino, telefones celulares, camisas e blusas, exceto de malha, de uso feminino, calçados de material sintético e de couro de uso feminino, no segundo, e de medicamentos e livros, no último. Por outro lado, o grupamento de carburantes (3,2%) assinalou o único resultado positivo nesse mês, impulsionado pelo avanço na produção de álcool etílico e de gasolina automotiva.

No acumulado em 2014, produção industrial cai (-3,1%)
No índice acumulado para os oito meses de 2014, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 3,1%, com perfil disseminado de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas, 18 das 26 atividades, 56 dos 79 grupos e 64,3% dos 805 produtos investigados. O principal impacto negativo foi observado no ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,8%), pressionado, em grande parte, pela redução na produção de aproximadamente 94% dos produtos investigados no setor, com destaque para os recuos registrados por automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de produtos de metal (-11,0%), de metalurgia (-6,6%), de máquinas e equipamentos (-5,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,1%), de outros produtos químicos (-3,8%) e de produtos de borracha e de material plástico (-4,4%). Em termos de produtos, as influências negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, estruturas de ferro e aço, artefatos diversos de ferro e aço estampado, esquadrias de ferro e aço, construções pré-fabricadas de metal, pontes e elementos de pontes de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço e andaimes tubulares e material para andaimes; artefatos e peças diversas de ferro fundido, bobinas ou chapas de outras ligas de aço, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço e tubos de aços com costura; válvulas, torneiras e registros, tratores agrícolas, guindastes, pontes e vigas rolantes, pórticos, pontes-guindastes e carros-pórticos, retroescavadeiras, rolamentos de esferas, agulhas e cilindros para equipamentos industriais e máquinas para colheita; fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, interruptores, seccionadores e comutadores para tensão menor ou igual a 1kv, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, aparelhos elétricos de alarme para proteção, eletroportáteis domésticos, máquinas de lavar ou secar roupas e refrigeradores ou congeladores para uso doméstico; fungicidas para uso na agricultura, tintas e vernizes para usos em geral e para construção, propeno não-saturado, éteres e peróxidos orgânicos, benzeno, aditivos para óleos lubrificantes e etileno não-saturado; e peças e acessórios de plástico e de borracha para indústria automobilística, borracha misturada não vulcanizada em formas primárias, juntas, gaxetas e semelhantes de borracha vulcanizada não endurecida, cartuchos de plástico para embalagem, filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem e garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico. Por outro lado, entre as oito atividades que ampliaram a produção, as principais influências foram observadas em indústrias extrativas (4,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,8%) e produtos alimentícios (0,8%), impulsionadas, em grande parte, pelo crescimento na produção de minérios de ferro em bruto ou beneficiado e pelotizados, na primeira, de óleos combustíveis, álcool etílico, asfalto de petróleo, querosene para aviação e gasolina automotiva, na segunda, de medicamentos, na terceira, de televisores, aparelhos de comutação para telefonia, monitores de vídeo e gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD e home theater), na quarta, e de açúcar cristal, na última.

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para o índice acumulado nos oito meses de 2014 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-10,3%) e bens de capital (-8,8%), pressionadas especialmente pela redução na fabricação de automóveis (-18,6%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,9%), na segunda. O segmento de bens intermediários (-2,6%) também assinalou resultado negativo no índice acumulado no ano, mas com queda menos intensa do que a observada na média nacional (-3,1%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,0%) foi o único que não apontou taxa negativa.

Fonte: IBGE

Veja Mais

Deixe um comentário