Resultados das urnas e pesquisas eleitorais apresentam divergências

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Na disputa da presidência e dos governos estaduais, as pesquisas eleitorais realizadas na véspera da votação e na boca de urna apresentaram algumas divergências na comparação com os votos registrados. O Jornal Nacional foi ouvir os institutos de pesquisa.

O voto é secreto e muitos dos 115 milhões de brasileiros que compareceram às urnas mantiveram o suspense sobre a escolha até a última hora. Os resultados das eleições não confirmaram todas as pesquisas.

Considerando os votos válidos, os levantamentos divulgados no sábado para a disputa à presidência apontavam o seguinte cenário: pelo Ibope, Dilma Rousseff, do PT, tinha 46%. Aécio Neves, do PSDB, 27%. E Marina Silva, do PSB, 24%. O Datafolha indicava Dilma com 44%, Aécio com 26% e Marina com 24%. Na pesquisa de boca de urna divulgada pelo Ibope no domingo, Dilma apareceu com 44%, Aécio foi para 30% e Marina para 22%.

Tanto Ibope quanto Datafolha vinham apontando a tendência de alta de Aécio e de queda de Marina. Mas nenhum mostrou a intensidade do crescimento do candidato do PSDB, registrado nas urnas. Dilma ficou com 41,59%, Aécio com 33,55% e Marina com 21,32%.

Houve divergências também em disputas para governadores, com diferenças entre o que indicaram as pesquisas e os votos nas urnas, fora da margem de erro que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. E candidatos que poderiam ir para segundo turno fora da disputa.

No Rio, as últimas pesquisas – do Ibope no domingo e do Datafolha no sábado – mostravam, naquele momento, Luiz Fernando Pezão, do PMDB, em primeiro lugar e Anthony Garotinho, do PR, em segundo. O Datafolha acertou ao divulgar que o adversário de Pezão no segundo turno sequia indefinido. Segundo o instituto, Garotinho e Marcelo Crivella, do PRB, continuavam tecnicamente empatados. Mas comparando com o resultado oficial, os números da pesquisa, com exceção dos de Crivella, ficaram fora da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. No resultado final, Marcelo Crivella, do PRB, passou Garotinho e vai disputar o segundo turno com Pezão.

No Rio Grande do Sul, o Datafolha mostrava no sábado Tarso Genro, do PT, com 7 pontos percentuais de vantagem. José Ivo Sartori, do PMDB, e Ana Amélia Lemos, do PP, apareciam empatados com 29%. Na boca de urna do Ibope, a situação era parecida: Tarso na frente e Ana Amélia e Sartori tecnicamente empatados. Mas na contagem dos votos, Sartori foi pro segundo turno à frente de Tarso Genro.

Na pesquisa de véspera do Datafolha, para o governo de São Paulo, o candidato do PT, Alexandre Padilha, aparecia com 13% das intenções. Mas ele recebeu 18,22% dos votos. Na boca de urna do Ibope, Geraldo Alckmin, do PSDB, teria 52%. Considerando a margem de erro, poderia até haver segundo turno. Mas Alckmin foi eleito com folga, com 57,31% dos votos.

Os institutos explicam que as evoluções das pesquisas mostram uma tendência e que cada levantamento é um retrato daquele exato momento em que a pergunta é feita pelo pesquisador. Mas que a decisão final do eleitor só é confirmada na hora do voto.

“O que as pesquisas medem é a opinião dos eleitores, essas opiniões vão mudando ao longo do processo e só é consolidado na hora que o eleitor entra na cabine e aperta o botão confirma. De maneira geral, essa eleição foi uma eleição muito mais difícil que todas as outras. Havia uma volatilidade, um desejo de mudança muito grande uma indefinição, uma falta de interesse por essas eleições muito grande. Então, já era esperado que teríamos surpresa ao final dessas eleições”, comentou Márcia Cavallari, diretora do Ibope.

“O que acontece do sábado pela manhã, quando a pesquisa foi encerrada, até o momento da votação. E acontece muita coisa. O noticiário, a divulgação dos últimos resultados de pesquisa, as conversas entre os eleitores. Esse intervalo não é considerado na última pesquisa, por isso que ela é um resultado que mostra o que já aconteceu para trás, o que vai acontecer daí em diante é uma decisão do eleitor”, aponta Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

Fonte: G1

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