Bianchi pode ficar em estado vegetativo; entenda lesão

Mark Thompson / Getty ImagesJules Bianchi sofreu gravíssimo acidente no GP do Japão

Jules Bianchi sofreu gravíssimo acidente no GP do Japão

Os prognósticos para o piloto Jules Bianchi não são animadores. Com o diagnóstico de lesão axional difusa (LAD) divulgado na manhã desta terça-feira, dois dias após o grave acidente no GP do Japão da Fórmula 1, a preocupação acerca do futuro do francês aumentou. Em conversa com o Terra, o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), considerou, pelas informações divulgadas até aqui, que o risco de morte é “altíssimo” e que sequelas graves são prováveis.

Impressionado com imagens do acidente gravadas da arquibancada que circularam pela internet após o domingo, Teles cravou que a lesão axional difusa é "uma das consequências mais graves para um trauma de crânio". A lesão, para o neurologista, é oriunda da velocidade do impacto e a força da desaceleração da cabeça do piloto. O médico explica que a cabeça é composta por uma calota de osso e o cérebro solto por inércia. Em uma desaceleração grande, o cérebro é arremessado no osso e o ato pode acarretar uma série de lesões. A de Bianchi, infelizmente, é uma das mais graves.

A LAD costuma ocorrer, principalmente, em acidentes automobilísticos e em quedas de altura. O primeiro obstáculo para os médicos está no próprio nome da lesão: difusa. Sem ser em um foco específico do cérebro, não há, segundo Teles, como intervir cirurgicamente – por exemplo, estancar o sangramento. A complicação afeta diretamente os neurônios do cérebro, já que atrapalha a comunicação interna cerebral. O médico Leandro Teles exemplifica a lesão com duas metáforas.

"Uma lesão axional difusa é como se todos os fios que fazem a comunicação fossem lesados. A LAD seria um trem que nasce no cérebro e de repente você tem os trilhos danificados pelo trauma. É como se a comunicação ficasse comprometida difusamente, o que torna o caso gravíssimo. É típica lesão por desaceleração abrupta, lesão automobilística. Como se você esticasse um elástico novinho até ele se desgastar. O elástico seria o neurônio", comparou Leandro Teles.

Sequelas: estado vegetativo e fora da Fórmula 1

"O risco de vida é altíssimo", alerta o médico. Contudo, caso se recupere e saia da difícil situação vivo, o retorno à vida normal não deve ser fácil para Bianchi. De acordo com Leandro Teles, as sequelas só poderão ser avaliadas após o piloto abrir o olho. Mas o especialista já avisa: "boa parte dos pacientes que tem esta lesão revelam sequelas bem graves e há uma grande chance de ele não conseguir retornar para o trabalho". A partir do momento em que o francês abrir o olho, há pelo menos três tipos de sequelas, que variam de acordo com a gravidade.
"Quando ele abrir o olho é que dará para avaliar o tipo de sequela. A mais grave seria o estado vegetativo persistente, em que a pessoa não faz nada e só consegue abrir o olho. A segunda condição é o estado de consciência mínima, em que ele consegue fazer algumas coisas, como cumprimentar, mexer a mão. A mais simples seria a que ele teria apenas algumas dificuldades, principalmente motoras", afirmou Teles.

O neurologista diz que é comum dentro de sua especialização esperar para dar um diagnóstico definitivo para o piloto. No entanto, a divulgação do tipo de lesão já deixa claro que a situação é bem complicada na luta pela vida atualmente e, posteriormente, em sua sobrevivência.

"Na neurologia a gente nunca sacramenta o diagnóstico antes de acordar, mas o risco de vida é muito alto e o de sequela grave também muito alto porque a lesão é difusa. Se a lesão é focal, uma ou duas funções que são acometidas, mas a difusa é muito comum vir com uma lesão também difusa", apontou o médico.

"Quando ele abrir o olho é que dará para avaliar o tipo de sequela. A mais grave seria o estado vegetativo persistente, em que a pessoa não faz nada e só consegue abrir o olho. A segunda condição é o estado de consciência mínima, em que ele consegue fazer algumas coisas, como cumprimentar, mexer a mão. A mais simples seria a que ele teria apenas algumas dificuldades, principalmente motoras", afirmou Teles.

O neurologista diz que é comum dentro de sua especialização esperar para dar um diagnóstico definitivo para o piloto. No entanto, a divulgação do tipo de lesão já deixa claro que a situação é bem complicada na luta pela vida atualmente e, posteriormente, em sua sobrevivência.

"Na neurologia a gente nunca sacramenta o diagnóstico antes de acordar, mas o risco de vida é muito alto e o de sequela grave também muito alto porque a lesão é difusa. Se a lesão é focal, uma ou duas funções que são acometidas, mas a difusa é muito comum vir com uma lesão também difusa", apontou o médico.

"Quando ele abrir o olho é que dará para avaliar o tipo de sequela. A mais grave seria o estado vegetativo persistente, em que a pessoa não faz nada e só consegue abrir o olho. A segunda condição é o estado de consciência mínima, em que ele consegue fazer algumas coisas, como cumprimentar, mexer a mão. A mais simples seria a que ele teria apenas algumas dificuldades, principalmente motoras", afirmou Teles.

O neurologista diz que é comum dentro de sua especialização esperar para dar um diagnóstico definitivo para o piloto. No entanto, a divulgação do tipo de lesão já deixa claro que a situação é bem complicada na luta pela vida atualmente e, posteriormente, em sua sobrevivência.

"Na neurologia a gente nunca sacramenta o diagnóstico antes de acordar, mas o risco de vida é muito alto e o de sequela grave também muito alto porque a lesão é difusa. Se a lesão é focal, uma ou duas funções que são acometidas, mas a difusa é muito comum vir com uma lesão também difusa", apontou o médico.

Próximos passos

A recuperação de Jules Bianchi pode ser lenta. O fato de o piloto ainda estar desacordado passadas mais de 48 horas do acidente não é preocupante para Leandro Teles. De acordo com o médico, a recuperação agora deverá ser focada na manutenção de um estado clínico satisfatório até o piloto acordar.

"Agora ele vai ficar na UTI porque obviamente tem outros traumas a se resolver. Na parte neurológica, tem que ver a pressão da cabeça, em alguns casos pode induzir sedação e deixar em boas condições clínicas. Depois de operado, ele tem que ficar sob observação constante dos monitores. Ele pode ter muito edema, ficar com hemorragia, como qualquer pancada que a gente leva. Agora tem que ficar em repouso, tem que ter paciência para o cérebro desinchar, absorver o sangramento e assim dar condição para ele acordar, abrir o olho", contou Teles.

O acidente

O acidente de Bianchi ocorreu na 43ª volta do Grande Prêmio do Japão de Fórmula 1. O francês da equipe Marussia colidiu o seu carro com um guindaste que estava fora da pista, na altura da curva 7 do circuito nipônico. No momento da pancada, o guincho retirava a Sauber do alemão Adrian Sutil de uma área de escape de Suzuka. Chovia muito, e a pista estava escorregadia.

O acidente de Bianchi ocorreu na 43ª volta do Grande Prêmio do Japão de Fórmula 1. O francês da equipe Marussia colidiu o seu carro com um guindaste que estava fora da pista, na altura da curva 7 do circuito nipônico. No momento da pancada, o guincho retirava a Sauber do alemão Adrian Sutil de uma área de escape de Suzuka. Chovia muito, e a pista estava escorregadia. depois, transferido de ambulância para o Centro Médico Geral de Mie, em Yokkaichi, a 17 km da pista.

Fonte: Terra

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