Dólares entraram semana passada, mas parcial do mês segue negativa

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O ingresso de dólares na economia brasileira superou a retirada de recursos no país em US$ 1,4 bilhão na semana passada, informou o Banco Central nesta quarta-feita (22). Entretanto, no acumulado de outubro, até a sexta-feira passada (17), o saldo ainda está negativo, com mais saída do que entrada de valores, em US$ 665 milhões.

Com a entrada de recursos na última semana, a parcial de todo este ano, que estava negativa, "virou" e voltou ao azul – com ingresso de dólares. No acumulado de 2014, também até a última sexta, US$ 678 milhões entraram na economia brasileira. No mesmo período do ano passado, houve retirada de US$ 3,93 bilhões do Brasil.

Impacto no dólar

A saída de recursos registrada na parcial deste mês favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. O dólar, de fato, vem registrando alta em outubro. No final de setembro, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 2,44, avançando para R$ 2,48 nesta quarta-feira (22), por volta das 12h50.

Além do fluxo de dólares, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão os rumos das eleições presidenciais no Brasil, que tem gerado forte volatilidade no mercado, além do comportamento da economia norte-americana e das as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos.

Os indicadores da economia brasileira, que pioraram nos últimos anos, e as intervenções do Banco Central no mercado futuro da moeda norte-americana, por meio da oferta dos contratos de "swap cambial" – instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, com impacto no mercado à vista – também impactam a cotação do dólar no Brasil.

Nos Estados Unidos, a expectativa dos analistas é de continuidade da retirada de estímulos à economia, que começa a dar sinais de recuperação. No futuro, pode haver até mesmo aumento de juros nos Estados Unidos, o que tenderia a gerar retirada de dólares do Brasil, em direção aos EUA, e pressão de alta na cotação da moeda norte-americana.

O BC brasileiro, porém, também tem prosseguido com suas intervenções diárias no mercado com os "swaps cambiais". Recentemente, o BC anunciou que aumentará as intervenções diárias no mercado futuro de câmbio – o que ajuda a conter uma pressão de alta do dólar no país.

Os analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar terá alta até o final deste ano. Pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, revela que a previsão dos economistas para o dólar, no fim de 2014, é de R$ 2,40.

Como funcionam os swaps cambiais

Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.

É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais.

O investidor, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 11%. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.

Fonte: G1

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