Trabalhadores da Volks decidem manter greve por demissões

Fabricante fez reunião com sindicato na terça-feira, mas sem avanço. Produção de fábrica no ABC paulista está parada desde 6 de janeiro.

Adonis Guerra/SMABC/DivulgaçãoTrabalhadores da VW entram no 9º de greve em São Bernardo do Campo (SP)

Trabalhadores da VW entram no 9º de greve em São Bernardo do Campo (SP)

Trabalhadores dos 3 turnos da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) decidiram nesa quarta-feira (13) manter a greve por tempo indeterminado, mesmo após a retomada das conversas com a montadora na véspera.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a fabricante estava disposta a discutir outros temas, mas os sindicalistas querem a readmissão dos 800 empregados cortados em 6 de janeiro.

Para o secretário-geral da entidade que representa os trabalhadores, Wagner Santana, não há como negociar sem a reversão das dispensas. A reunião com os trabalhadores começou por volta das 6h30 da manhã, e a greve entrou no 9º dia.

Toda a produção está paralisada, apenas os setores administrativos e de desenvolvimento continuam. Na segunda-feira (12), uma passeata fechou parte da rodovia Anchieta, que liga o litoral à capital paulista.

Carros novos são vistos em uma área de estoque da fábrica da Volkswagen em São José dos Campos (SP). A montadora alemã começou o ano demitindo 800 trabalhadores. Uma greve por tempo indeterminado foi declarada em resposta às demissões na fábrica

Outro lado
A montadora não comentará o que foi discutido na reunião do sindicato, mas informou que vai negociar com os trabalhadores.

“A Volkswagen do Brasil foi procurada por autoridades representantes dos governos federal, estadual e municipal no sentido de Sindicato e Empresa dialogarem sobre o momento da unidade Anchieta e seus desafios de competitividade frente ao cenário de mercado."

"Sempre aberta ao diálogo e na busca de uma solução balanceada, a companhia confirma que retomou nessa terça-feira (13/01) as reuniões com a entidade que representa os trabalhadores com vistas a estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a unidade Anchieta”.

No dia do anúncio das demissões, a empresa atribuiu o corte às condições econômicas. "Em razão do cenário do setor automotivo, diversas medidas de flexibilização da produção foram aplicadas desde 2013, como por exemplo férias coletivas, suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off), entre outras. No entanto, todos os esforços não foram suficientes."

No ano passado, as exportações também foram prejudicadas com problemas na Argentina. Além disso, o Gol, modelo mais popular do Brasil há 27 anos, perdeu a liderança para o Fiat Palio no ano passado.

Tudo isto fez com que a produção encolhesse 15%, segundo a Volkswagen. Desde 2012, o governo brasileiro ofereceu incentivos tributários para o setor, por meio de desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em troca, as fabricantes deveriam manter o nível de emprego.

De acordo com o Sindicato dos metalúrgicos do ABC, a empresa já havia dito que há um excedente de 2 mil trabalhadores na fábrica. Em dezembro, os trabalhadores rejeitaram proposta de mudanças em acordo com a companhia que previa estabilidade de emprego na unidade até 2016.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário