Veja 7 dicas para você escapar das dívidas de janeiro e passar 2015 no azul

O mais importante é renegociar dívidas antigas e, se puder, pagar os impostos à vista.

ThinkstockDívidas podem gerar dor de cabeça para o ano inteiro

Dívidas podem gerar dor de cabeça para o ano inteiro

O ano mal começou e o contribuinte brasileiro já precisa quitar dívidas pesadas. Além de gastos tradicionais como moradia, alimentação e lazer, janeiro traz ainda contas como o IPTU (para os proprietários de imóveis) e o IPVA (para os donos de carros), além dos gastos extras para quem tem filho na escola. O que fazer para chegar ao fim do ano sem dívidas?

Segundo economistas entrevistados pelo R7, os brasileiros devem ficar atentos em 2015, pois o ano será de aperto financeiro. Isso porque os juros devem subir mais (encarecendo o crédito), a inflação continuará num patamar elevado (corroendo o poder de compra), os salários serão reajustados timidamente e a atividade econômica continuará fraca.

“Em resumo, vai continuar apertando o orçamento das famílias”, explica Fernando Cosenza, diretor da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

Eita, janeiro! Impostos e contas de começo de ano deixam as pessoas no vermelho e viram piada
Veja a galeria completa
Eita, janeiro! Impostos e contas de começo de ano deixam as pessoas no vermelho e viram piada
Reprodução
— E com o orçamento apertado, aumenta mais a importância do planejamento e do controle financeiro. (…) Se há um vilão do bolso é o mau uso [do dinheiro e do crédito].

Nesse cenário de incertezas, vale muito a pena pagar o IPVA, o IPTU e a matrícula escolar à vista e em parcela única. Assim, é possível aproveitar os eventuais descontos, explica Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de finanças da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

— Sempre vai valer a pena pagar à vista, porque o desconto [dos impostos] vale mais do que deixar o dinheiro aplicado no banco.

Já quem não tem dinheiro para pagar à vista deve usar o próprio parcelamento do imposto.

— Se dá para pagar o IPTU em dez vezes, vai pagar em dez vezes. Se dá para pagar o IPVA em três vezes, vai pagar em três vezes. Isso porque a taxa de juros embutida nesses parcelamentos é menor que a dos financiamentos bancários. Então, não vale a pena fazer um financiamento para pagar o imposto à vista.

Abaixo, veja mais dicas para atravessar a “tormenta” financeira de janeiro e continuar 2015 com a conta bancária no azul.

1. Negocie as dívidas antigas

Itaci Batista/Estadão Conteúdo
Existem mais brasileiros inadimplentes nesse início de 2014 do que havia um ano atrás, segundo a Boa Vista SCPC. O número de dívidas não pagas aumentou 2,3% no período. E, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), seis a cada dez famílias brasileiras possuem dívidas.

Se você está dentro desse grupo, então a primeira atitude a tomar é renegociar as dívidas, já que enfrentar as contas de janeiro nessa situação é ainda mais difícil. Mas isso deve ser feito com consciência.

“Dentro do possível, fazer o esforço necessário para equilibrar o orçamento com sobra e buscar o credor para sair da inadimplência”, diz Cosenza.

— Mas tem que pegar um empréstimo que você tenha condição de pagar, calculado de antemão. (…) O equilíbrio está no fato de ser capaz de pagar seus compromissos todos os meses, sem ter que fazer novos empréstimos para pagar outros empréstimos.

2. IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores)

Quem não tem dinheiro para pagar o IPVA à vista, ou considera a parcela alta demais, pode recorrer a um empréstimo, sugere o diretor da Anefac. A dica é usar um financiamento bancário — que não seja o cheque especial —, parcelar o saldo no prazo necessário e pagar o imposto à vista.

— O melhor empréstimo pessoal é o crédito consignado, que tem taxas melhores, com média de 1,92% de juros ao mês, contra 4% do empréstimo bancário.

Considerando um valor de R$ 1.000 no crédito consignado, que tem juros de 1,92% ao mês, em 12 meses o contribuinte paga parcelas fixas mensais de R$ 94,10, chegando a R$ 1.129,20 ao final. Além disso, com os R$ 1.000 emprestados, o IPVA pode ser pago à vista — com o desconto de 3%, o valor cairia para R$ 970.

O que não pode é deixar de pagar o imposto, porque há penalidades e a conta acaba ficando mais cara. Quando você deixa de pagar o IPTU, por exemplo, a prefeitura pode negativar seu nome. No caso do IPVA, o carro fica irregular, resultando em punições, multas e até guincho.

3. IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)

Para o IPTU, o raciocínio é o mesmo: pagamento à vista com desconto (para quem tem a grana) ou usar o parcelamento do imposto.

“Naqueles casos em que o proprietário tem vários imóveis e há vários IPTUs, ele pode não conseguir pagar. Então ele pode pegar um crédito consignado e parcelar em 24 vezes, por exemplo”, afirma Ribeiro.

No caso de R$ 5.000 em dívidas com o IPTU, os R$ 5.000 no crédito consignado vão gerar uma parcela de R$ 470,48 em 12 vezes — totalizando R$ 5.645,76. Se os R$ 5.000 forem parcelados em 24 vezes, a parcela será de R$ 261,97 — R$ 6.287,28 ao final.

4. Matrícula escolar e primeira mensalidade

Mais uma vez, quem tem condições de antecipar a matrícula e a primeira mensalidade escolar pode aproveitar eventuais descontos. Mas é preciso tomar cuidado, porque “tem muita gente que paga a matrícula e o primeiro mês e depois não tem mais dinheiro para pagar o resto”, diz Ribeiro.

Os gastos com material escolar também pesam no bolso em janeiro. A dica então é se unir a outros pais para tentar economizar nas compras: verifique se não existe nenhum pedido de material de uso coletivo na lista; organize grupos para comprar em lojas que vendem mais barato no atacado; revise a quantidade de itens na lista, entre outras sugestões.

Veja mais dicas: mãe economiza R$ 2.000 na compra de material escolar

5. Fuja do cheque especial

O cheque especial nunca deve ser usado para os compromissos de janeiro, isso porque as taxas de juros são muito altas, perdendo apenas para o cartão de crédito. O cheque especial é um empréstimo pré-aprovado e de fácil acesso, mas só deve ser usado em emergências. Se necessário, é melhor buscar um empréstimo pessoal.

Os juros do cheque especial estão, em média, em 8,92% ao mês, o que representa 178,80% ao ano. Por exemplo: se usar R$ 5.000 no cheque especial, você vai pagar de juros, por mês, R$ 446. Assim, em 12 meses, esses R$ 5.000 se tornam uma dívida de R$ 10.058,24.

“Para compras de maior valor, e que não são uma emergência, é melhor poupar uma parte e financiar a outra parte”, aconselha Cosenza, diretor da Boa Vista SCPC.

— É melhor poupar para comprar os bens de menor valor do que antecipar a compra e ficar devendo.

6. Cartão de crédito bom é cartão quitado

Getty Images
O pensamento deve ser o mesmo para cartão de crédito: usar e pagar a fatura no vencimento. “Se houver qualquer imprevisto, como se apertar e não conseguir pagar, procura o banco e faz um empréstimo com juros mais baratos que o do cartão de crédito. A taxa de juros do cartão de crédito está em 11,22% ao mês, em média, ou 258,26% ao ano”, diz Ribeiro.

— Se você deixar de pagar R$ 5.000 no cartão de crédito, estará devendo R$ 13.455,43 depois de 12 meses. Então, se arrumou dívida no cartão ou no cheque especial, procure um empréstimo mais barato.

Para Cosenza, o ideal é usar o crédito “para crescimento de patrimônio, para educação, coisas que aumentam o patrimônio das famílias e a qualidade de vida no longo prazo”.

7. Se o bolso apertar, negocie o condomínio e nunca atrase o aluguel

Além dos gastos extras, janeiro também é mês de pagar as contas mais tradicionais, como aluguel e condomínio. Nesse caso, deixar de realizar esses pagamentos para arcar com outras contas é uma péssima ideia.

“Permanecer com o condomínio atrasado por vários meses é passível de uma execução, de uma penhora de bem, tem os custos com advogado. Então, o que vale a pena é negociar com a administradora do condomínio, [se for o caso], a fim de dar uma parcelada na dívida”, diz Ribeiro.

No caso do aluguel, vale o mesmo raciocínio do condomínio: dá para negociar com o proprietário do imóvel ou administradora do prédio em caso de necessidade. O que não pode é deixar de pagá-lo.

— Há o risco de despejo do imóvel. O melhor é falar com administradora e negociar, de repente, com um parcelamento.

Fonte: R7

Veja Mais

Deixe um comentário