Chás não aumentam a fertilidade, ao contrário do que mostra a novela Império

Estratégia sem efeito pode fazer com que casal perca tempo precioso na corrida contra infertilidade, dizem especialistas.

Reproduçao TV GloboOferecido pela mãe, a personagem de Marina Ruy Barbosa toma um chá para ajudar a engravidar

Oferecido pela mãe, a personagem de Marina Ruy Barbosa toma um chá para ajudar a engravidar

A personagem Maria Isis, interpretada por Marina Ruy Barbosa na novela Império, toma, pressionada pela mãe, um chá de ervas que, segundo a genitora, vai ajudá-la a engravidar. Embora as novelas sejam puramente de ficção e não precisem ter compromisso com a realidade, muitos podem pensar que uma "garrafada" poderá ajudar um filho a ser concebido. A resposta dos especialistas é que isso não procede.

Segundo o ginecologista especialista em reprodução humana do Vida, Centro de Fertilidade da Rede D’Or, Paulo Gallo, o principal problema nem está no chá – já que, segundo o médico, não dará resultado, mas não fará mal – mas sim no tempo em que a pessoa perde confiando que uma erva aumentará a fertilidade. Gallo esclarece que, se um casal está há um ano tentando engravidar e não teve sucesso, é preciso procurar um especialista em fertilidade que investigará as causas.

"A infertilidade é muito mais comum do que se imagina, de 10% a 15% da população é infértil", explica. Dentro desse número, 30% dos casos são por problemas masculinos e 40% femininos.

Dependendo da idade, a ajuda de um médico especialista é imprescindível, pois a fertilidade decai com o tempo. "Aos 30 anos, a mulher tem 20% de chance de engravidar a cada mês. Aos 35, a chance cai para 10%. Aos 42, a chance fica em 2%", alerta. Logo, se um casal, por um descuido, acreditar que uma ficção é real e tentar tomar chás para aumentar a fertilidade, as chances reais vão se esvaindo com os anos.

"Já atendi casais que estavam tentando engravidar havia 10 anos", diz Gallo.

O médico também alerta sobre a prática de usar testosterona para aumentar a virilidade masculina. Ele explica que essa prática pode até mesmo zerar a produção de espermatozoides, impedindo uma gravidez. "Já tive pacientes que o espermograma estava zerado. Mandei parar com a testosterona e depois de alguns meses o exame estava normal de novo."

Fonte: iG

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