Um homem foi preso nesta terça-feira depois de tentar matar sua ex-mulher a facadas e de ameaçar desligar os aparelhos respiratórios que mantêm viva a filha deles, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Alex Sandro Marques Silva, de 35 anos, pulou o muro do condomínio onde Ana Lúcia Marques Alves, de 43 anos, mora com a filha, de 3 anos, no início da manhã, e invadiu o apartamento. O suspeito atingiu Ana com facadas no pescoço, no braço, na barriga e nas costas. Ela foi levada em estado grave para o Hospital Estadual Alberto Torres, no bairro do Colubandê. A mulher passa por cirurgia. A criança passa bem.
Um vigilante, que ouviu a gritaria e teve a identidade preservada, correu até o local do crime. Chegando lá, viu a mulher esfaqueada no chão e o suspeito tentando desligar os aparelhos da filha. Há 11 meses, a menina respira com a ajuda dos dispositivos em um quarto montado para atender qualquer tipo de emergência. A garota sofre desde o nascimento com a falta de oxigênio no cérebro, vivendo em estado vegetativo, e comendo com a ajuda de sondas. Outros moradores também foram até o apartamento e seguraram Alex, pedindo para ele parar. Neste momento, ele teria entrado no quarto da criança, só saindo de lá quando a polícia chegou.
– Foi horrível. Ele parecia estar fora de si. Ele falava que se alguém encostasse nele, ele iria tirar os aparelhos da filha – contou uma testemunha, que não quis se identificar.
Desde a madrugada desta terça, o homem tentava invadir o condomínio da família. Em um primeiro momento, ele foi impedido por seguranças do conjunto habitacional, localizado no bairro Mundel. Logo depois, o suspeito deu a volta na rua e pulou o muro. A polícia foi chamada. PMs conversaram com Alex, que se comprometeu a ir embora. Uma viatura ficou protegendo a região até às 6h. Assim que o carro foi embora, Alex invadiu novamente o lugar e atacou a ex-mulher.
O suspeito foi levado para a 74ª DP (Alcântara). No momento da prisão, algumas pessoas tentaram linchá-lo. Durante a manhã, agentes estiveram no apartamento para fazer a perícia e conversar com a enfermeira da criança, que estava no local no momento do crime e é considerada como testemunha.