A governadora do Estado do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) constestou neste sábado (6) a denúncia de que estaria entre os beneficiários de um esquema de corrupção da Petrobras. O suposto envolvimento da governadora veio à tona em reportagem desta semana publicada pela revista Veja. De acordo com a publicação, em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa teria mencionado, além de Roseana, o ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto em um acidente de avião no último dia 13 de agosto, e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) como participantes do esquema.
Ainda conforme a revista, 32 parlamentares e um ministro, o também maranhense Edison Lobão (PMDB), também teriam sido citados por Costa.
Em nota, divulgada pela Secretaria de Estado de Comunicação Social, Roseana afirmou que repudiava “de forma veemente e com grande indignação” as referências feitas a ela pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e enfatizou: "Nunca participei de nenhum esquema de corrupção". A governadora informou, ainda, que irá tomar medidas jurídicas para resguardar sua dignidade.
O esquema
De acordo com os detalhes dos depoimentos de Costa revelados pela revista Veja, os responsáveis pelo esquema exigiam uma contrapartida das empreiteiras que queriam fechar negócio com a Petrobras. Essas empresas tinham de reverter parte dos lucros aos cofres da estatal. Depois de "lavado" por doleiros, o dinheiro seria repassado a políticos da base do governo.
O número de beneficiários do esquema varia de acordo com a fonte. Nesta sexta-feira (5), o jornal O Estado de S.Paulo informou que pelo menos 32 parlamentares foram citados por Costa. De acordo com a Folha de S.Paulo, contudo, o número de deputados envolvidos seria de 45, além de outros 12 senadores.
Segundo Costa, o esquema teria funcionado ao longo dos dois governos Lula e durante parte do governo Dilma Rousseff, e o ex-diretor da Petrobras diz que chegou a despachar com o então presidente Lula várias vezes. Costa teria dito ainda, segundo a revista Veja, que a distribuição do dinheiro servia para garantir o apoio dos partidos aliados ao Palácio do Planalto no Congresso Nacional, assim como no esquema do mensalão.
Confira a nota na íntegra
"Repudio, de forma veemente e com grande indignação, as referências feitas a mim pelo Sr. Paulo Roberto Costa e publicadas pela revista Veja. Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza. Tomarei todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar minha honra e minha dignidade".