Pesquisadores realizaram teste bem sucedido de transmissão de mensagem entre os cérebros de pessoas distantes entre si a mais de 8 mil quilômetros. Este foi o primeiro passos da ciência para transformar a telepatia em algo factível. O projeto é desenvolvido por estudiosos de três instituições afiliadas à Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.
“Queríamos saber se alguém poderia se comunicar diretamente com outras pessoas lendo a atividade cerebral da primeira e injetando a atividade do cérebro para a segunda pessoa. Ao mesmo tempo, a experiência deveria ser realizada em grandes distâncias físicas, aproveitando os meios de comunicação existentes”, afirmou um dos líderes da iniciativa, Alvaro Pascual-Leone. E foi exatamente o que a equipe conseguiu.O experimento inédito usou uma combinação de eletroencefalograma conectado à Internet e assistido por robô, junto a um estímulo magnético transcraniano guiado por imagem para fazer a leitura das mensagens transferidas entre as cobaias. A pessoa utilizada como fonte da mensagem estava localizada na Índia, enquanto outras três pessoas receberam a informação decodificada na França.
À primeira pessoa, foram mostradas palavras como “ciao” (cumprimento em italiano) e “hola” (cumprimento em espanhol) em código binário (sequências de 0 e 1). A cada zero, a pessoa deveria fazer algum movimento, como levantar as mãos. O mesmo valia para cada número um, desde que fosse um movimento diferente, como mexer as pernas.
Os comandos geraram ondas cerebrais captadas, decodificadas e transmitidas via Internet para os cérebros dos três destinatários para a França. Como as informações foram inseridas diretamente no córtex visual dos indivíduos, eles foram capazes de ler as palavras em seu campo de visão, depois de elas terem sido traduzidas pelo computador conectado.
O estudo ainda está em fase inicial, por isso ainda é necessário usar movimentos para estimular o cérebro e transmitir a mensagem. No futuro, defendem os pesquisadores, o objetivo é eliminar o teclado e o microfone do computador pessoal para se comunicar pela web a partir de qualquer lugar do mundo, sem precisar se mover.
“Prevemos que os computadores em um futuro não tão distante devem interagir diretamente com o cérebro humano de forma fluente, suportando combinações de computador com cérebro e cérebro com cérebro de forma rotineira”, a equipe concluiu. Participaram da pesquisa cientistas das instituições Beth Israel Deaconess Medical Center (de Israel), Starlab Barcelona (Espanha) e Axilum Robotics (França).