HGE registra mais de 90 mortes por trauma só este ano

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Há mais de 50 anos, o trauma vem sendo encarado como um problema de saúde pública pelo Ministério da Saúde (MS). Estatísticas apontam como a segunda causa de morte, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.

O Hospital Geral do Estado (HGE), referência no atendimento de trauma em Alagoas, comprova estes números. Dados do Serviço de Arquivo Médico (Same),revelam que mais de 80 pessoas morrem em decorrência de politraumas e traumas cranioencefálicos. Foram 84 óbitos em 2011 e 91 em 2012. Em 2013, os números baixaram para 52 casos. E até agosto deste ano, foram registrados 91 óbitos.

Atualmente, o Traumatismo Cranioencefálico (TCE) representa mais de 40% das hospitalizações de indivíduos abaixo dos 20 anos e responde pela maioria das lesões provocadas por causas externas. Estatísticas apontam que de 5% a 10% dos pacientes que sofrem este tipo de trauma podem apresentar sequelas mental, cognitiva, psicológica, na linguagem ou motora.

De acordo com o cirurgião, Amauri Clemente, também gerente Acadêmico do hospital, os acidentes de trânsito são as principais causas de vítimas de traumas com múltiplas fraturas, que requerem um atendimento de emergência e procedimentos cirúrgicos específicos.

“No HGE, esse perfil de paciente recebe o primeiro atendimento na área vermelha, onde é avaliado por médicos emergencistas e cirurgiões gerais que fazem o diagnóstico e indicam o tratamento mais adequado”, explicou.

Atendimento de emergência – A área Vermelha é destinada a paciente com trauma e tem como objetivo maior afastar o risco de morte. Com uma média de aproximadamente 100 atendimentos ao dia, o setor é responsável pela agilidade e eficácia na assistência a pacientes graves, salvando em média 80% de vítimas.

A emergência conta com uma equipe completa em plantão nas mais diversas especialidades médicas, entre elas, cirurgia geral, clínica, neurocirurgia, cirurgias vascular, pediátrica e buco-maxilo-facial. “O HGE é a principal unidade hospitalar de atendimento de urgência e emergência de Alagoas para esses casos, com uma longa experiência e tradição no atendimento ao trauma”, destacou Amauri Clemente.

As principais causas de acidentes no trânsito são velocidade excessiva, dirigir sob efeito do álcool, desrespeito a sinalização, dirigir sob efeito de drogas e distância insuficiente em relação ao veículo dianteiro.

As estatísticas do HGE demonstram que os homens são as maiores vítimas de acidentes no trânsito. O horário de maior ocorrência dos acidentes está entre as 18h e 21h e a faixa etária de maior atendimento está entre pacientes de 35 a 59 anos.

Segundo o especialista, educar pedestres e motoristas é uma das alternativas para diminuir o número desses atendimentos, conseqüentemente diminuir a incidência de traumas. “O trauma reduz a expectativa de vida em cerca de 30 anos mais que o câncer e as doenças cardiovasculares. Além de matar, deixa um grande número de pessoas incapacitadas, e na maioria jovens”, destacou o médico.

O cirurgião acrescentou que uma pessoa também pode ser vítima de um traumatismo em agressões, quedas e acidentes de trabalho. “Para evitarmos o trauma cranioencefálico é preciso pensar sempre que existe a possibilidade do acidente, mesmo com o uso de equipamentos de proteção. Por isso, os pais devem educar seus filhos e não deixá-los à vontade em mergulhos de piscinas ou rios. Outras medidas importantes são a prática segura de esportes, que deve ser acompanhada por um profissional capacitado, além do já citado, respeito às regras no trânsito”, lembrou.

Simpósio – O estudo do Trauma será evidenciado pela unidade hospitalar ao realizar, no período de 11 a 12 de setembro, o II Simpósio de Trauma. O evento, organizado pela Gerência Acadêmica e Centro de Estudos Prof. Rodrigo Ramalho, acontecerá no auditório da Seune.

O simpósio contará com a presença de nomes como o do cirurgião Sizenando Vieira Starling, coordenador da Cirurgia do Trauma do Hospital Lifecenter, em Minas Gerais; do responsável pelo Samu Sergipano, Denison Pereira; e do cirurgião do aparelho digestivo José Mauro Rodrigues, coordenador do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).

Fonte: Neide Brandão

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