A polícia vai investigar o suposto estupro em uma criança de cinco anos que deu entrada com queimaduras na Unidade de Emergência do Agreste. O que em princípio parecia um incidente provocado por duas crianças que se queimaram, virou caso de polícia, em Arapiraca.
Na última sexta-feira (12), duas crianças deram entrada na Unidade de Emergência do Agreste, Dr. Daniel Houly, bairro Arnon de Mello, vítimas de queimaduras pelo corpo. Uma menina de cinco anos e seu irmão de apenas dois precisaram receber atendimento médico e ficaram internados.
O que os profissionais não esperavam era descobrir que a menina pode ser vítima de abuso sexual. A descoberta se deu quando na mesma sexta-feira (12), foi necessário realizar um procedimento na menina, as auxiliares de enfermagem observaram algo de errado no órgão genital da criança e acionaram a médica de plantão, que também confirmou o fato e acionou a assistência social da unidade e o Conselho Tutelar do município.
Nesta segunda-feira (15), a reportagem do Portal 7segundos, esteve na Unidade de Emergência e procurou o setor do Serviço Social, que confirmou que as crianças deram entrada no hospital vítimas de queimadura provocada por leite quente, mas negou a versão do estupro, confirmado logo após pelo IML e Conselho Tutelar de Arapiraca.
De acordo com a equipe de plantão, foi solicitada também a transferência da menina para Maceió, devido ao estado dela ser mais grave e o hospital não dispor de um setor para cuidar de queimados, mas o seu irmão de dois anos se encontrava bem e não seria necessário transferir para capital.
Em contato com o Instituto Médico Legal de Arapiraca, foi informado que houve uma solicitação do Conselho Tutelar para realizar o exame de conjunção carnal na criança, mas só havia um legista de plantão para liberar vários corpos vítimas de violência que foram registrados no IML. Diante do estado da criança e a dificuldade de removê-la até o local, o exame ainda não foi realizado. O presidente do Conselho Tutelar de Arapiraca, Thiago Pereira do Nascimento, informou que o conselho vem acompanhando o caso desde a última sexta-feira, para o órgão, a mãe e avó da menina disseram desconhecer que a criança estava sendo violentada.
O caso foi comunicado ao Ministério Público e a Polícia Civil que deverá investigar o caso. “Por enquanto estamos tratando de uma suspeita, estamos acompanhando o andar das investigações e a nossa prioridade será remover a criança para Maceió para que seja tratada e logo em seguida vamos dar o apoio que for necessário para ajudar a criança e também a família nesse caso”, disse Thiago Pereira.