O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu nesta terça-feira (16) a independência do Banco Central. Ele argumentou que um Banco Central sem autonomia na verdade tem contribuído com o crescimento da inflação e com o aumento dos lucros dos bancos privados. Ele lamentou que o presidente do Banco Central no Brasil seja considerado ministro, o que evidenciaria o quanto a instituição é dependente do governo.
– Hoje, o Banco Central é tão dependente, que o presidente tem o título de ministro. Só um Banco Central autônomo é capaz de permitir que a moeda seja do povo e não do governo, da nação e não do partido no poder. É esse o debate que a gente deveria fazer – afirmou o parlamentar.
Cristovam reconheceu que os últimos presidentes da República vêm dando certa independência ao Banco Central, mas disse que o país precisa dar essa garantia para os próximos governos. Segundo Cristovam, o presidente do Banco Central tem que ter um mandato e deve ser escolhido com base em características como profundo conhecimento técnico, credibilidade de patriotismo e respeitabilidade moral.
O Banco Central, salientou Cristovam, é o zelador da moeda – que pertence à nação e não deve estar sujeita à vontade do presidente da República. Cristovam disse que a moeda tem a mesma sacralidade do hino e da bandeira e ainda traz consequências para o dia a dia da população. Tornar o Banco Central independente, acrescentou Cristovam, é um ato de patriotismo. Ele ainda defendeu o rigor fiscal e o controle da inflação e pediu que os candidatos a presidente se posicionem sobre a independência do Banco Central.