Com o início da greve nacional dos bancários, várias filas foram formadas em frente aos bancos na Rua do Sol, no Centro, durante a manhã desta terça-feira (30). O pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Município, Estado e da verba suplementar da Polícia Militar levou a população para as agências.
Com a greve, só permanece funcionando nas agências de bancos públicos e privados os sistemas eletrônicos de autoatendimento dos caixas para saques e depósitos. “Uma agência bancária aberta representa 20% do que o serviço financeiro oferece, pois existe o Internet Banking e as lotéricas. Ou seja, não será muito afetado”, diz o diretor do Sindicato dos Bancários, José Aragão e funcionário do banco Santander.
Mesmo com a precaução dos bancários para minimizar os danos, o efeito da paralisação já pode ser sentido entre a população que saiu na manhã de hoje para receber o seu salário. De acordo com a aposentada Maria Cícera, a perda recente do cartão da conta fez com que ela não conseguisse sacar o dinheiro do INSS. “Como estou sem o cartão não posso tirar o dinheiro na boca do caixa. Tomo remédio de pressão e outros que não são fornecidos pelo Estado, como fico?”, indagou aos prantos enquanto saía de uma fila no banco Itaú, no Centro.
“Infelizmente várias pessoas ainda não têm o cartão. O problema é que às vezes essas pessoas não o tem há muito tempo, tipo um ano, e só começam a reclamar quando tem greve. Se você já tem o histórico de sempre sacar na agência, então tem que ficar atento que mês de setembro é o mês base da categoria e infelizmente só conseguimos alguma coisa fazendo greve”, se justifica José Aragão.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários, Jairo França, cerca de três mil bancários aderiram à greve em Maceió. Todos os bancos, entre públicos e privados, devem paralisar as atividades.
Segundo dados do sindicato, os bancos lucraram no primeiro semestre 28 bilhões, um aumento de 18% no seu lucro. “Eles lucram esse valor e não querem dar um aumento pra gente. Complicado. Pedimos apenas para que a população entenda, pois não queremos fazer greve, somos obrigados”, disse José Aragão.
No último sábado (27), o Comando Nacional dos Bancários rejeitou uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. A proposta indicava um reajuste de 7% para 7,3% nos salários e 8% nos pisos, mas a sugestão não foi aceita pelos sindicalistas. A greve atinge 20 estados mais o Distrito Federal.