Turistas brasileiros tentaram comprar maconha em farmácias de Punta del Leste, no Uruguai, segundo o jornal El Observador. A lei que regula a produção e venda de erva no país foi promulgada em dezembro de 2013, mas só será implementada no prazo de quatro meses.
O jornal El Observador percorreu as cinco farmácias de Punta del Leste, e identificou que em todas elas houve clientes interessados em comprar a droga. Segundo o jornal, o público varia entre adolescentes e adultos e não há um público-alvo definido.
Uma funcionária de uma das farmácias afirmou que nos últimos dias além de brasileiros, argentinos, americanos, holandeses e canadenses procuraram maconha. "São pessoas que não sabiam nem onde era o Uruguai, mas agora, pela maconha, sabem muito sobre nós", diz.
O projeto de lei dá ao governo uruguaio o controle e a regulamentação da importação, do cultivo, da colheita, da distribuição e da comercialização da maconha. Não haverá restrição para o consumo. Para plantar, os residentes maiores de 18 anos terão que se cadastrar e poderão cultivar até seis plantas. O acesso ao produto poderá ser feito em clubes de usuários ou em farmácias, com limite de 40 gramas.
As farmácias que quiserem comercializar a erva poderão fazê-lo, mas não é obrigatório.
Uma pesquisa feita em setembro apontou que 61% dos uruguaios são contrários à lei. Mesmo assim, o governo resolveu levar a medida adiante, para legalizar um mercado de até 25 mil pessoas por dia que precisam "ir ao mercado negro" para fazer uso da droga. A Constituição do país não pune quem consome maconha.
A experiência do governo se soma à legalização recente do aborto e do casamento gay e faz do Uruguai um dos pioneiros no reconhecimento desses direitos.