A Polícia Civil encontrou duas facas sujas de sangue no quarto de empregada do apartamento de Eduardo Coutinho, no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. O cineasta, de 81 anos, foi assassinado no domingo (2). A mulher dele, Maria das Dores Coutinho, de 62, também foi ferida.
Daniel Coutinho, de 41 anos, filho do casal, é apontado pela polícia como o autor das facadas.
Ele, que teria tentado se matar após o crime, foi autuado em flagrante e está sob escolta policial no Hospital Miguel Couto. Daniel deve permanecer detido após receber alta.
O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios, classificou o caso como “a máxima expressão da palavra tragédia”, em entrevista coletiva na note de domingo. Ele disse acreditar que o filho de Coutinho, que tem problemas mentais, tenha sofrido um surto psicótico.
— Eu libertei meu pai — afirmou Daniel, segundo o delegado, após o assassinato do cineasta.
A frase foi relatada por um vizinho a investigadores.
— Tentei me libertar, me furei duas vezes e não acontece nada — prosseguiu Daniel, ainda segundo o policial.
O filho de Coutinho estava ensanguentado e pediu para que o morador chamasse uma ambulância. O vizinho disse ainda ter visto, pela porta do apartamento do cineastam, que estava aberta, as pernas de Coutinho caído.
Segundo a Polícia Civil, Maria das Dores só não foi morta porque se trancou em um cômodo e ligou para outro filho. Ela teria sido atacada por Daniel depois de Coutinho ser esfaqueado.
Sem conseguir entrar no cômodo, Daniel teria então se golpeado duas vezes.
Ontem, a polícia colheu o depoimento de quatro testemunhas. Nenhuma delas afirmou ter notado a presença de pessoas estranhas no apartamento do cineasta, o que reforça a suspeita contra o filho. Não havia sinais de briga no apartamento.
O velório de Coutinho deve começar às 11h desta segunda-feira, na Capela 3 do Cemitério São João Batista. O sepultamento está previsto para as 16h.