Violência nas escolas: mais de 1.300 professores foram afastados em 2013

Alagoas24horasAlagoas24horas

Alagoas é campeão negativamente nos índices de ensino nas redes municipais e estaduais e de violência urbana. Some esses fatores e você terá o cenário escolar que o estado vive atualmente com a educação pública.

A fim de buscar soluções para os problemas identificados, foi iniciado na manhã desta quinta-feira (6), o Fórum de Combate à Violência nas Escolas, no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (Cepa), organizado pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE). O fórum convocou entidades da sociedade civil organizada para discutir alternativas no controle da violência, de modo que ela não prejudique o ensino de crianças e adolescentes.

Devido aos casos recentes de agressão a professores, falta de estrutura para aulas, e depredação do patrimônio público, de acordo com a secretária Josicleide Moura, o objetivo é criar uma carta de intenção para que um projeto seja realizado nas escolas em parceria com as entidades públicas.

“Esse foi o primeiro passo porque entendemos ser de extrema importância reduzir esses índices. Isso se reflete em um prejuízo tanto para o aluno quanto para o professor”, diz a secretária.

E os números assustam, de acordo com José Mário, coordenador de Gestão de Pessoas da SEE, em 2013 o número de licenças médicas conferidas aos educadores foi de 1.314. “A justificativa para tirar os nossos professores nas salas de aula é o transtorno mental”, pontua.

Uma das possíveis soluções, segundo José Mário, poderia ser adotar o exemplo de Brasília que criou um termo de responsabilidade em que obriga os pais a assumirem a culpabilidade casos os alunos venham a depredar o patrimônio público. Mas somente boa vontade e proteção ao patrimônio não resolvem o problema. “Queremos encontrar um respaldo nos campos jurídico e político para não só agir com repressão”, avisa.

Já para Daniel Nunes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL), a realidade não contribui para essas mudanças. “A realidade hoje é a seguinte, todo mundo tem direito, mas ninguém quer ter responsabilidade por nada. Isso ocorre quando a pessoa não respeita nenhuma disciplina”, pontua.

Ainda para Daniel, falta maior apoio da estrutura pública de Alagoas para abraçar o problema. “O professor tá muito sozinho nessa luta e o estado deixa essas pessoas desamparadas. Precisamos unificar as ações do Estado no combate à violência e ter mais apoio de outras secretarias”, cobra.

Projeto piloto

Um projeto piloto do SEE em parceria com a Secretaria da Paz foi iniciado na Escola Geraldo Melo, no Conjunto Graciliano Ramos. A escola já foi alvo de vandalismos e incêndios em 2013, mas hoje a situação seria diferente.

“Iniciamos um projeto lá com os mediadores de conflito disseminando a cultura da paz e recebemos depoimentos de alunos dizendo que ali não é a escola e sim a ‘casa’ deles”, conta satisfeita a secretária Joscileide.

Na época, a escola teve as aulas suspensas e todos os educadores sem excessão alegaram que não mais iriam retornar ao trabalho. “E agora nós conseguimos reverter esse perfil”, conclui a secretária.
A próxima escola que receberá a capacitação de docentes e alunos será a Alfredo Gaspar, no Eustáquio Gomes.

Veja Mais

Deixe um comentário