Cirurgia plástica: o barato pode sair caro

Q Notícias ComunicaçãoEspecialista em cirurgia plástica - Ricardo Protto

Especialista em cirurgia plástica – Ricardo Protto

"Minha filha tinha apenas 26 anos quando tudo aconteceu. Era setembro de 2006 e ela estava empolgada com a lipoaspiração, que seria realizada na véspera do feriado. Eu não concordava com a cirurgia, tinha medo de alguma sequela, mas ela estava animada. Seguiu a indicação de amigos e a cirurgia já estava marcada. Seria realizada em uma clínica, pois a médica havia dito que era um procedimento simples e que não precisaria de internação em um hospital”.

No dia da cirurgia, conta a mãe D.P.T (que solicitou ter sua identidade preservada), ela deixou a filha saudável na clínica e retornou apreensiva para casa. A médica, diz D.P.T, não autorizou a permanência de um acompanhante no local, dizendo não haver necessidade, já que a paciente teria alta, logo na manhã seguinte.

Contudo, logo cedo, a mãe recebeu uma ligação da clínica, informando que a filha havia sido encaminhada para um hospital. Durante a cirurgia, relata D.P.T, a jovem sofreu embolia pulmonar e uma parada cardiorrespiratória e, como não havia UTI no local, nem equipe de médicos socorristas, precisou ser encaminhada, às pressas, para o atendimento de urgência hospitalar. “Três meses depois, minha filha voltou para casa tetraplégica”, lamenta a mãe, emocionada.

Histórias alarmantes, como esta, são mais comuns do que se possa imaginar. Segundo o especialista em cirurgia plástica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Dr. Ricardo Proto, especialista do Hospital Santo Antônio, de Votorantim (SP), o número de cirurgias plásticas vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, devido à popularização da técnica. Ele alerta, contudo, que a desinformação é um perigo iminente neste contexto. “A popularização tem seu lado positivo, possibilitando o acesso da cirurgia a um número maior de pessoas. Ainda assim, muitos buscam, tão somente, as alternativas mais econômicas, arriscando suas vidas, sem os devidos cuidados prévios necessários”, aponta o médico.

De acordo com Dr. Proto, as cirurgias plásticas oferecem o mesmo risco que qualquer procedimento cirúrgico e, por isso, é determinante a seleção criteriosa do profissional e do local onde será realizada. “Os pacientes não devem, simplesmente, escolher este ou aquele profissional, devido ao valor da cirurgia, mas averiguar se o médico é um cirurgião plástico credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e conversar com outros pacientes do profissional para conhecer impressões sobre o trabalho realizado”, ressalta. Para saber se o profissional é membro da SBCP, basta acessar o site da sociedade: www2.cirurgiaplastica.org.br e pesquisar o histórico do médico.

Além da escolha de um profissional capacitado, o paciente deve levar em consideração o local da realização da cirurgia. “Durante a cirurgia, o paciente pode sofrer complicações e, por isto, ela deve ser realizada em um hospital que disponha de UTI e banco de sangue, tudo para garantir a segurança do paciente”, alerta o especialista. “Se a clínica que minha filha realizou a cirurgia tivesse uma UTI e uma equipe de socorristas, talvez, hoje, ela poderia estar bem e levar uma vida normal”, lamenta D.P.T.

Uma vez selecionado o profissional, o paciente deve esclarecer todas as possíveis dúvidas com o médico, antes da realização da cirurgia. “É extremamente importante a conversa aberta com o médico antes da cirurgia, descrevendo suas expectativas e receios, para que, em conjunto, médico e paciente alcancem o resultado esperado”, diz Dr. Proto.

Resgate da autoestima

Monica Barbosa Siqueira sonhava com a colocação da prótese de silicone e, depois de diversas pesquisas, resolveu que era o momento ideal para a realização da cirurgia. “Minha autoestima estava muito baixa. Eu não conseguia me relacionar com ninguém, pois queria esconder meus seios”, fala.

Ela pesquisou com amigas que realizaram plásticas com médicos credenciados à SBCP e, como os resultados das cirurgias foram muito positivos, resolveu marcar uma consulta com um destes profissionais. “Ele foi muito atencioso comigo, conheceu a minha história e, como me passou muita confiança, resolvi fazer a cirurgia. Realizei diversos exames pré-operatórios para averiguar a minha saúde e marcamos a data. O médico me recomendou que a cirurgia fosse realizada em um hospital, devido à estrutura oferecida ao paciente e, em janeiro, realizei a tão sonhada cirurgia. Escolhi um médico credenciado pela SBCP e realizei a cirurgia em um hospital totalmente equipado e, hoje, comemoro os resultados”, recomenda Mônica.

Fonte: Q Notícias Comunicação

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