Manifestação de garis interdita a Av. Pres. Vargas pelo segundo dia seguido

Tomaz Silva/Agência BrasilManifestação de garis

Manifestação de garis

Cerca de 100 garis ocupam duas faixas da Avenida Presidente Vargas, no sentido Praça da Bandeira. Eles caminham para a Candelária, na contramão dos carros, grupo segue no sentido contrário. O Batalhão de Choque, soldados da Polícia Militar e agentes da Cet-Rio acompanham a movimentação. Não há informações sobre atos de vandalismo ou agressões.

Os trabalhadores protestam desde o último dia 25, por melhores condições de trabalho e esse é o segundo dia seguido de manifestação. Neste sábado cerca de 400 garis seguiram em um protesto pela Avenida Presidente Vargas. Os manifestantes saíram do bairro da Tijuca e fizeram um ato em frente à sede da Prefeitura do Rio. De acordo com a PM, houve um princípio de tumulto quando os manifestantes tentaram seguir pela avenida que dá acesso ao sambódromo, que está fechada por causa do desfile, e foram impedidos pelos policiais.

Segundo um documento apresentado por um dos trabalhadores na manifestação de sábado, que identificou-se apenas como Ivair, afirmava que o sindicato propôs uma paralisação de 24 horas no trabalho que começaria à meia-noite do 1º. Ainda segundo o texto, seria realizada uma nova assembleia ao meio-dia de hoje para avaliar uma contraproposta da Companhia.

– Centenas de garis esperaram na porta do sindicato por mais de uma hora, e nenhum representante apareceu. Então decidimos manter a paralisação e só voltaremos a trabalhar quando alguém do sindicato ou da prefeitura conversar conosco. Este que era para ser o carnaval do luxo poderá ser o carnaval do lixo – afirmou Ivair.

– Estou na Comlurb há dez anos e não temos boas condições de trabalhos. Queremos articular para montar uma chapa contra o sindicato de hoje – disse o gari Rodrigo Dutra no sábado.

Greve impede limpeza do Centro
Ruas da Lapa e próximas à Cinelândia, além da Avenida Rio Branco, amanheceram tomadas por grande quantidade lixo neste domingo de carnaval. Foliões que seguem para os blocos Bangalafumenga, que lota o Aterro do Flamengo e para o Cordão do Boitatá, na Praça Quinze, caminham em meio ao lixo. Até meio-dia, a equipe de O GLOBO não viu nenhum gari nestes pontos da cidade. Na Lapa e na Cinelândia, garçons, funcionários dos bares e ambulantes estão se mobilizando e limpando por contra própria as calçadas em frente a seus estabelecimentos.

Neste sábado de carnaval, um grupo de garis prometeu que a categoria iria paralisar as atividades por mais 24h. Eles já seguiam sem trabalhar desde sexta-feira, em um protesto por melhores condições de trabalho, e no sábado fizeram uma manifestação na Avenida Presidente Vargas durante a tarde, com cerca de 800 funcionários da Comlurb.

A Comlurb afirmou ainda no sábado que o grupo dissidente é de aproximadamente 300 pessoas e não interfere no trabalho de limpeza urbana, que trabalha com 15 mil garis. Já neste domingo, a companhia disse, por meio de sua assessoria, que “alguns pontos da cidade sofreram interferência de membros de um grupo de grevistas sem representatividade nem ligação com sindicato reconhecido da categoria e com movimento considerado ilegal pela Justiça do Trabalho, o que dificultou e atrasou a realização dos serviços nestes locais. A Comlurb está mobilizada na correção da limpeza nos pontos onde houve problemas.”

A companhia informou que “está em negociação com o sindicato da categoria, como faz anualmente no período do acordo coletivo”. Na Gerência do Catumbi, garis contaram que não puderam sair do prédio para trabalhar, porque grevistas quebraram vassouras e furaram os pneus de micro-ônibus. De acordo com um gari, que pediu para não ser identificado porque teme medo de ser agredido por algum manifestante, as equipes compareceram ao trabalho neste domingo, mas foram impedidos de sair às ruas.

Fonte: O Globo

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