Pela primeira vez na história, a contabilidade da produção e venda de maconha não está apenas anotada em cadernos obscuros de traficantes e do comércio ilegal, mas está sendo divulgada de forma oficial por um governo. O Estado americano do Colorado, que legalizou a maconha no final de 2012 e começou a venda no começo do ano, divulgou os dados referentes a janeiro de 2014. No total, a maconha legalizada movimentou US$ 14 milhões em apenas um mês.
Segundo os dados divulgados na segunda-feira (10), a comercialização da maconha para fins recreativos gerou US$ 2,1 milhões em impostos, e o uso da erva para fins medicinais rendeu US$ 900 mil. Somando demais taxas relacionadas ao licenciamento e regulamentação de lojas que podem vender o produto, o Estado arrecadou um total de US$ 3,5 milhões em janeiro de 2014. "O primeiro mês de vendas de maconha recreativa ficou dentro das expectativas", disse a diretora Barbara Brohl, responsável pela arrecadação no Colorado, em nota oficial.
Desde que aprovou a liberação da maconha, o Colorado criou taxas e regulamentou a produção e comércio. São dois grandes impostos, um de 15% no produto e outro de 10% nas vendas. A venda de maconha para uso medicinal também é taxada, com um imposto de 2,9%.
Segundo o governo, 59 empresas já estão atuando, e esse número pode subir para até 160 empresas.
De acordo com a legislação do Colorado, os primeiros US$ 40 milhões arrecadados com a maconha deverão ser investidos na construção de escolas. O restante deverá ser utilizado de acordo com orçamento aprovado anualmente na Assembleia. Segundo a imprensa local, já há forte lobby político em Denver para tentar determinar como esse dinheiro será gasto.
Além do Colorado, o estado de Washington, na costa oeste dos EUA, também liberou a maconha no ano passado, mas as vendas legalizadas ainda não começaram. Na América do Sul, o Uruguai foi o primeiro país a liberar o uso da droga.