Após a oitiva do ex-gerente do Maikai, Marcelo Santos Carnaúba, sobre a morte do empresário Guilherme Brandão, o delegado Cícero Lima, responsável pelo inquérito, falou com a imprensa e apresentou algumas novidades sobre o caso. Entre elas, o fato de acusado e vítima terem agendado uma reunião no dia anterior ao crime para discutir o ‘sumiço’ de R$ 80 mil da conta da empresa.
Embora o acusado negue que tenha retirado dinheiro da conta do Maikai, o delegado Cícero Lima sustenta a tese de desvio baseado em depoimento de familiares. Ele deverá solicitar à Justiça a quebra do sigilo bancário de Carnaúba.
De acordo com o inquérito policial, na sexta-feira (21) anterior ao crime, o empresário Guilherme Brandão teria pedido emprestado ao pai a quantia de R$ 80 mil para sanar algumas dívidas. Já na segunda-feira (24) o valor teria desaparecido da conta da empresa misteriosamente.
"Após o incêndio do Maikai, a empresa passava por dificuldades financeiras e ele teria pedido dinheiro emprestado ao pai na sexta, 21 de fevereiro. Na segunda-feira, 24 de fevereiro, o pai do Guilherme pediu de volta R$ 10 mil e quando a vítima foi verificar não existia mais dinheiro na conta. Foi agendada uma reunião entre Guilherme e Marcelo para terça-feira à noite, mas a vítima não compareceu. Já na quarta-feira pela manhã, dia 26 de fevereiro, houve uma discussão e o empresário foi morto", contou.
Em depoimento, Marcelo disse que o Maikai devia cerca de R$ 180 mil e o valor de R$ 80 mil, oriundo do empréstimo, foi utilizado para pagar contas.
Prisão Preventiva
O delegado sustentou a tese de que o crime foi premeditado e o homicídio foi tipificado como qualificado, com pena entre 12 e 30 anos. Como base nos depoimentos, o delegado utiliza o fato de Marcelo ter adquirido a arma de fogo na segunda-feira, 24 e guardado em sua gaveta no Maikai na terça-feira pela manhã, um dia antes do crime. “Não tenho dúvida que o crime foi premeditado. Foi pedida a prisão por homicídio qualificado”, disse o delegado.
Sobre a conclusão do caso, Cícero Lima disse que o inquérito já foi remetido à Justiça e espera apenas os exames balísticos, que estarão prontos na próxima semana, para enriquecer as investigações. O delegado também irá pedir a prisão preventiva do acusado por homicídio qualificado.
Já a defesa do acusado diz que Marcelo teria comprado a arma para tirar a própria vida pois estava sendo constrangido e perseguido no local de trabalho.