Malásia diz que ‘alguém’ desligou comunicação de avião sumido

Samsul Said/Reutersamiliares de passageiros do avião Boeing 777-200 da Malaysia Airlines desaparecido desde o sábado (8) choram em hotel em Putrajaya, Malásia. Buscas pela aeronave, que levava 239 pessoas a bordo, chegam ao segundo dia no mar do sudeste da Ásia.

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O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, confirmou neste sábado (15), em entrevista coletiva em Kuala Lumpur, que o voo MH-370 da Malaysia Airlines, que desapareceu com 239 pessoas no dia 7 de março, teve os sistemas de comunicação desligados por "alguém" que depois a conduziu até dois pontos possíveis: Indonésia ou a fronteira entre Cazaquistão e Turcomenistão. Mas o premiê não confirmou que a aeronave foi sequestrada.

Najib disse que o voo mudou de rota e voou durante 6 horas na direção oeste, após o último sinal da aeronave. O governante se recusou a falar de sequestro, mas a exposição que apresentou aponta para esse sentido, segundo interpretação das agências de notícias.

A polícia local realiza buscas na casa do piloto Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, que pilotava a aeronave.

O primeiro-ministro explicou que, com as novas informações obtidas, o voo MH-370 continuou emitindo sinais para um satélite até as 8h14 locais de sábado (21h14 de Brasília da sexta-feira).

A Malaysia Airline divulgou um comunicado após a fala do premiê, dizendo que a situação é sem precedentes para a companhia e para toda a indústria da aviação. "Nunca houve um caso em que informações captadas apenas por sinais de satélites pudessem potencialmente serem usadas para identificar a localização de um voo comerical sumido. Dada a natureza da situação e sua extrema sensibilidade, era imprescindível que os sinais de satélite isolados fossem verificados e analisados por autoridades especializadas para que seu significado pudesse ser entendido. Isso naturalmente nos tomou tempo, durante o qual não pudemos confirmar sua existência [dos sinais]."

Uma fonte militar malaia afirmou à agência de notícias France Presse que os investigadores acreditam que o avião pode ter sido desviado para o Índico por uma pessoa com profundo conhecimento das rotas aéreas e das posições dos radares. "Com certeza seria um piloto experiente, competente e em atividade", disse a fonte, que, no entanto, não revelou se as suspeitas apontam para um sequestrador entre os passageiros ou um integrante da tripulação.

O avião saiu de Kuala Lumpur às 0h41 locais do sábado (13h41 de Brasília da sexta-feira) e tinha previsão de chegada a Pequim cerca de seis horas mais tarde, mas desapareceu dos radares 40 minutos depois da decolagem.

O Boeing tinha combustível para 7 horas e meia de voo, segundo a Malaysia Airlines, e transportava 239 pessoas: 227 passageiros, entre eles duas crianças, e uma tripulação de 12 malaios.

Depois de vários dias, Najib confirmou que os dados recebidos por um radar militar correspondem ao MH-370 e provam que o avião mudou de rota, cruzou o Estreito de Málaca e seguiu rumo ao oeste.

"As buscas entraram em uma nova fase. Esperamos que esta nova informação nos aproxime de sua localização", afirmou o primeiro-ministro.

As buscas pelo avião tinham se concentrado até o momento no Mar da China Meridional.

Fonte: G1

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