Smartphone com tamanho de tablet é caminho sem volta

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O tablet e o celular estão rapidamente se transformando no mesmo dispositivo, e eu mal posso esperar.

Celulares maiores têm sido uma grande tendência nos últimos dois anos, e apesar de um apelido um tanto zombeteiro, o "phablet" (telefone mais tablet, em inglês) chegou para ficar. Eu prevejo que em alguns anos, os tablets de 7 e 8 polegadas, como o iPad Mini, começarão a desaparecer, substituídos por celulares quase do mesmo tamanho.
Os tablets foram uma revolução nos eletrônicos de consumo, principalmente porque nos fizeram perceber o quanto mais podíamos fazer com nossas telas de toque portáteis. Os primeiros tablets, como o iPad original e o Google Nexus 10, tinham 10 polegadas, bons para ver filmes e séries de televisão. Mas apesar das altas vendas iniciais, a maioria das pessoas achava que um laptop com teclado ainda era melhor para trabalhar. E com nove décimos de um quilo, aqueles primeiros tablets eram levemente grandes e pesados para segurar ou carregar o dia todo.

Assim, nasceu o tablet menor – o Google Nexus 7, o Amazon Kindle e o tardio iPad Mini, da Apple. Com 7 polegadas (ou 7,9 no caso do iPad Mini), esses tablets são leves, fáceis de jogar numa bolsa ou mochila e melhores para uso como leitor eletrônico e multimídia – pois são mais confortáveis de segurar. Por um breve período, os tablets menores começaram a esmagar as vendas dos dispositivos de 10 polegadas.

Agora, até mesmo a venda desses tablets desacelerou. A empresa de pesquisa IDC prevê que o crescimento na vendas de tablets, mesmo ainda em expansão, deverá cair para apenas um dígito até 2017, com os tablets menores à frente da queda. Parece que muitos consumidores chegaram à minha tardia conclusão: eu não quero um tablet menor. Quero um celular maior.
Celulares maiores

Os celulares grandes podem exigir algum tempo para se acostumar – eles não cabem direito no bolso e ficam um pouco cômicos para uso em chamadas –, mas são muito mais úteis do que tablets menores para unificar suas comunicações em um dispositivo. Eles estão sempre conectados e são mais portáteis do que um tablet, e o celular já é o aparelho que você usa para enviar mensagens de texto, tirar fotos e navegar na internet. Por que não uma tela maior para assistir a vídeos e ler e-mails?

No momento, a indústria ainda está tentando desvendar exatamente que tamanho de celular faz sentido, mas a nova regra para o tamanho de tela segue aumentando. Alguns telefones são claramente considerados ou rotulados como "phablets", como o LG Optimus G Pro 2, anunciado em fevereiro na feira de negócios Mobile World Congress, em Barcelona, na Espanha. Sua tela tem 6 polegadas, ou uma polegada a menos do que o Nexus 7. A fabricante chinesa ZTE anunciou seu phablet Grand Memo II, com tela de 6 polegadas; a Huawei, da China, derrubou qualquer fingimento com o MediaPad X1, de 7 polegadas, com conectividade 4G LTE num dispositivo que é quase totalmente um tablet.

E mesmo os celulares que não são estritamente phablets estão ficando maiores. A Samsung anunciou recentemente seu Galaxy S5, em Barcelona, com tela de 5,1 polegadas. A LG tem obtido sucesso com o LG G2, de 4,7 polegadas; telas de 4,5 polegadas são praticamente o novo mínimo. Quando a Samsung introduziu o Galaxy S4 Mini, sua tela tinha 4,3 polegadas.
Apple na contramão

Hoje, a Apple é considerada o último bastião contra a tendência dos celulares grandes. A tela do iPhone 5S está teimosamente limitada em 4 polegadas, parecendo pequena quando comparada aos atuais telefones Android. O iPhone 4S possui uma minúscula tela de 3,5 polegadas. Analistas, consumidores e até mesmo Donald Trump vêm implorando que a Apple faça um celular maior. Sobram rumores de que um ou dois iPhones de tela maior possam estar em desenvolvimento para setembro. A Apple se recusou a comentar o assunto.

Enquanto esperamos pela Apple, existem outras boas opções a considerar.

Passei as últimas semanas com o Samsung Galaxy Note 3, que possui tela de 5,7 polegadas e inclui uma caneta stylus, e o considero um dos melhores do grupo. Também adoro o LG Optimus G Pro; acho que seu sucessor, o LG Optimus G Pro 2, também será excelente, embora ele não possa ser utilizado pelas operadoras americanas.

Galaxy Note 3, o precursor

Isso nos deixa o Note 3. O Galaxy Note original realmente iniciou a febre dos phablets. Ele foi lançado em 2011, com uma tela (na época) surpreendente de 5,3 polegadas. Apesar das gozações em muitos círculos, o Note se transformou num sucesso cult. Ele vendeu 10 milhões de unidades e revolucionou a aceitação do tamanho de tela.

O Note 3 também foi um sucesso; a Samsung diz ter vendido 10 milhões de aparelhos em apenas 60 dias após seu lançamento, em setembro. Posso entender o motivo; a tela do Note 3 é absolutamente voluptuosa para ler e-mails, acessar o Twitter, visualizar fotos e, acima de tudo, jogar Candy Crush. Experimente: você nunca mais jogará num iPhone.
O Note 3 é leve, com uma capa traseira em imitação de couro que o faz parecer refinado de uma maneira vegetariana. Ele pesa cerca de 170 gramas, o que não é significativamente mais pesado do que o iPhone 5S para segurar e digitar. E a digitação em si é confortável e natural; a tela é tão grande que há espaço para uma fileira de números acima do teclado qwerty, e não é preciso alternar entre os menus de letras e símbolos para acrescentar números. Há espaço inclusive para uma tecla de parágrafo. Que conceito, certo?

A caneta stylus é um grande diferenciador entre o Note 3 e outros phablets. Posso viver com ou sem ela. Ela agrega funcionalidades, como a capacidade de captar com rapidez e facilidade uma foto da tela que você pode arrastar e compartilhar, ou uma maneira rápida de anotar um lembrete para mais tarde. Mas o LG Optimus G Pro não oferece uma stylus, e eu o considero igualmente usável.
Sou mais feliz quando estou usando o Note 3 como usaria meu tablet: jogando games, navegando na internet, conferindo o Facebook, assistindo a vídeos, lendo livros e revistas, enviando e-mails. Mas o que torna o celular melhor do que um tablet é ter apenas uma parada com todas as minhas comunicações. Também posso enviar mensagens de texto, acessar o Instagram e até mesmo fazer uma chamada, tudo sem trocar de dispositivo.

Os smartphones continuam sendo o centro de nossas vidas conectadas; telas maiores os tornam muito mais úteis e envolventes, mesmo que isso exija bolsos, bolsas e pastas maiores. Adote o phablet – e use um fone Bluetooth para fazer chamadas. Você se sentirá menos palerma dessa forma.

Fonte: NYT

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