Último grupo de PMs é condenado por massacre do Carandiru

Arquivo/TV Globo)Massacre do Carandiru

Massacre do Carandiru

Os últimos 15 PMs acusados de participar do massacre do Carandiru foram condenados, nesta quarta-feira (2), a 48 anos de prisão cada um deles por quatro mortes. Além deles, outros 58 policiais foram considerados culpados em três sessões anteriores de julgamentos. Todos os condenados vão recorrer da decisão em liberdade.

Ocorrido em outubro de 1992, o massacre teve como estopim uma briga entre detentos. Parte dos 111 presos assassinados foi morta pelos próprios detentos no Pavilhão Nove da extinta Casa de Detenção de São Paulo, na Zona Norte da capital.

Os condenados desta quarta integravam o Comando de Operações Especiais (COE) e atuaram no terceiro andar do edifício. Durante os três dias de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste, a Promotoria pediu para que os jurados absolvessem os policiais de quatro das oito mortes a que eles foram acusados.

Metade dos presos assassinados naquele pavimento foi vítima de golpes de armas brancas, como estiletes e facas. Isso indica que foram mortos por outros detentos, e não pelos PMs. Os promotores também pediram absolvição em relação a duas tentativas de homicídio porque as vítimas, apesar de chamadas para depor, não compareceram em juízo.

O advogado dos réus, Celso Vendramini, levou ao plenário escudos e coletes usados pelos policiais com marcas de bala para mostrar que foram atacados pelos presos. Ele defendeu a tese de que os policiais não mataram os presos, que agiram em legítima defesa, cumpriram ordens superiores e não poderiam ter agido diferente naquela situação.

O promotor Eduardo Olavo Canto Neto defendeu a tese do crime multitudinário, cometido por influência do tumulto. "Essa ação é coletiva. A imputação é coletiva. Os jurados já acolheram essa tese por três vezes", afirmou, referindo-se aos outros três julgamentos.
Para Vendramini, o Estado falhou por não realizar o confronto balístico que permitiria saber que policial atirou em qual preso. Como isso não foi feito, pediu aos réus que absolvessem todos.

O promotor rebateu o defensor dizendo aos jurados que as imprecisões na investigação sobre as 111 mortes no Carandiru foram deixadas de propósito, para que os policiais militares ficassem impunes. "Isso aqui foi feito para não dar em nada. Isso aqui é Brasil.”

Fonte: G1

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