Incêndio em favela deixa 1.600 pessoas desalojadas na zona leste de São Paulo

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Cerca de 1.600 pessoas ficaram desalojadas após um incêndio destruir 90% de uma favela na região da Penha, zona leste de São Paulo, conhecida como Fazendinha ou Aracati. Quatro pessoas ficaram feridas no incêndio, entre elas duas crianças que estão internadas em estado grave no setor de queimados do Hospital Tatuapé.

Segundo a Defesa Civil Municipal, no terreno de quatro mil metros quadrados, pertencente à prefeitura, havia 400 barracos. O coordenador-geral em exercício do órgão, José Kato, disse que a Secretaria de Assistência Social está procurando um local para receber os desabrigados.

Ainda não há informações sobre o que causou o incêndio. Nesta quinta-feira (3), a Defesa Civil fará uma avaliação para verificar se a estrutura de um prédio em construção vizinho à favela foi danificada pelas chamas. O Corpo de Bombeiros usou 30 viaturas no combate às chamas. Segundo a corporação, a primeira equipe chegou ao local dez minutos após o primeiro chamado, que ocorreu às 15h22. Às 18h, o incêndio já estava controlado.

Moradores e policiais militares entraram em confronto, após um grupo tentar furar o bloqueio feito para impedir que as pessoas entrassem na área atingida para retirar objetos pessoais. Segundo o major Macos Santiago, a tropa reagiu com bombas de efeito moral e balas de borracha à ação violenta dos manifestantes.

— Algumas pessoas jogaram pedras, por isso tivemos que atuar. Estamos conversando com os alguns moradores que fizeram o protesto. Entendemos a situação das pessoas, que ficam mais exaltadas. Por isso, tivemos que dispersar. O major comanda os 60 policiais que fazem a segurança no local.

Os moradores ouvidos pela reportagem da Agência Brasil contestaram a versão da polícia. Eles negam ter agredido os policiais, como conta Juliana Martins, de 19 anos, que trabalha como babá.

— Como a gente ia jogar uma pedra se aqui está cheio de crianças?. […] É nosso direito protestar. Aqui já pegou fogo outras duas vezes, mas nunca acontece nada.

O líder comunitário Ronaldo Silva disse que a favela existe há seis anos e este é o terceiro incêndio que atinge a comunidade.

— Já é a terceira vez que a gente passa por um incêndio e não fizeram nada. Eu mesmo já perdi tudo três vezes. O que as pessoas aqui querem é moradia.

A auxiliar de limpeza Rosilda Maria de Oliveira morava com os três filhos e o marido no barraco que foi destruído pelas chamas.

— Moro aqui há dois anos, já passei por dois incêndios. Mas da outra vez não perdi nada. Desta vez não restou nada.

Fonte: R7.com

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