Nesta segunda-feira, 07, Fátima recebeu a família de Anny Fischer no Encontro. Na última quinta-feira, 03, o juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara Federal de Brasília, liberou que os pais da menina, de 5 anos, portadora de uma patologia cerebral rara, importem o medicamento Canabidiol (CBD), que contém substâncias derivadas da maconha e é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
Satisfeita com a conquista, Katiele, mãe de Anny, comemorou. "Foi um presente de aniversário que o juiz deu pra ela", celebrou. Também feliz, o pai da garotinha, Norberto Fischer, contou por que optaram pelo tratamento. "Descobrimos em um site que relatava semanalmente a crise de uma criança que fazia uso de canabidiol. A gente já tinha tentado todos os medicamentos. Aí compramos mesmo sabendo que era ilegal no Brasil", disse ele.
Segundo os pais, Anny teve uma melhora substancial com o tratamento. "Em abril, ela não teve nenhuma crise. O canabidiol não vai trazer a cura, mas a qualidade de vida, que é o que importa", exclamou a mãe, que citou os aspectos do estado de saúde da menina. "Ela estava como uma bonequinha de pano, infelizmente. Agora tem o controle cervical, está fazendo som, reclamando", enumerou, emocionada.
Conscientes do caminho que ainda devem trilhar daqui para frente, os pais de Anny falam sobre sua expectativa para o futuro da filha. "O que a gente espera é que a Anvisa não recorra. Muitas mães fizeram contato por rede social e eu queria deixar claro que é uma esperança, sim, mas pode não surtir o mesmo efeito que surte com ela", constatou Katiele. "Corra atrás do que acha que pode ajudar. Não desistam. Estamos em uma campanha contra o preconceito. O canabidiol é isento de THC e não causa dependência", finalizou.