Foi do fundo do coração que saiu o grito de alívio. O grito guardado há quatro anos. O grito congelado pelas recentes derrotas em decisões para o Santa Cruz. Em 2014, o rubro-negro lavou a alma. Eliminou o Santa Cruz nas semifinais. Venceu o Náutico de forma incontestável na decisão. Duas vezes. Na Ilha e, na noite desta quarta-feira, na Arena Pernambuco. Foi especial. Era, enfim, o 40º título estadual. E como a torcida esperou por ele. O grito de “É campeão!” saiu com gosto do fundo da garganta.
A vitória por 1 a 0 sobre o Náutico ratificou a superioridade técnica leonina, que confirmou o favoritismo com o qual entrou na competição. Apesar de sustos pontuais, os rubro-negros souberam administrar a vantagem construída no encontro da Ilha do Retiro. Festa potencializada pela autoria do gol. O primeiro de Durval desde o seu retorno ao clube. Do eterno carrasco timbu.
O jogo
Com os ânimos exaltados desde o primeiro minuto, Náutico e Sport desempenharam quase à risca os papéis a eles destinados. Com a vantagem construída na Ilha do Retiro, os rubro-negros adotaram uma postura mais conservadora, dando espaço para que os alvirrubros trabalhassem a bola entre as intermediárias. O Leão, entretanto, mostrou mais ansiedade do que o normal, fornecendo as melhores chances do Timbu em erros de passe ou posicionamento.O Sport até conseguiu equilibrar as ações por volta dos 20 minutos de jogo, construindo chances pontuais. Na melhor delas, o atacante Ananias entrou sozinho na área e chutou em cima de Alessandro. Neto Baiano ainda conseguiu chegar com o peito para o rebote, mas o camisa 1 alvirrubro fez defesa segura. O Náutico teria uma chance ainda mais clara, pouco depois. Em uma das saídas erradas de Patric, Jackson invadiu a área rubro-negra sozinho e soltou uma bomba que explodiu no travessão de Magrão.
Depois de gastar metade do tempo que tinha para reverter a vantagem do rival, Lisca decidiu voltar do intervalo com uma postura mais agressiva. Com a saída de de Elicarlos para a entrada de Marcos Vinícius, o Timbu ganhou volume ofensivo. O crescimento alvirrubro obrigou Eduardo Baptista a responder com duas alterações que mudaram a cara da partida. Com Rithely e Danilo nas vagas de Ewerton Páscoa e Wendel, o Sport avançou suas linhas de marcação e equilibrou o confronto.
O gol
A partir daí, o Náutico passou a chegar somente em lances pontuais. Em um deles, o Timbu teve mais uma grande chance, com Zé Mário recebendo um lindo passe de Dê, mas parando nas mãos de Magrão, que cresceu para abafar a finalização. Aos 30 minutos, Leonardo Luiz sofreu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Dois minutos depois, o gol. Ailton cobrou falta, Durval desviou e fez explodir em alegria a torcida rubro-negra. Gritar “é campeão!” sem medo. Mesmo depois de ver Renê expulso no minuto seguinte. Já não havia mais dúvidas.
Ficha do jogo
Náutico 0
Alessandro; Jackson, Leonardo Luiz, Flávio e Raí (Leleu – aos 21’ do 2ºT); Dê, Elicarlos (Marcos Vinícius – intervalo), Yuri, Zé Mário (Vinícius – aos 26’ do 2ºT) e Marinho; Marcelinho. Técnico: Lisca.
Sport 1
Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Rodrigo Mancha, Ewerton Páscoa (Rithely – aos 1-’ do 2ºT), Aílton (Felipe Azevedo – aos 35’ do 2ºT), Wendel (Danilo – aos 1-’ do 2ºT) e Ananias; Neto Baiano. Técnico: Eduardo Baptista.
Local: Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata.
Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa-RS).
Assistentes: Clóvis Amaral (PE) e Charles Rosas (PE).
Gols: Durval (aos 31’ do 2ºT).
Cartões amarelos: (N) Leonardo Luiz (aos 2’ do 1ºT e aos 30’ do 2ºT), Jackson (aos 36’ do 1ºT); (S) Neto Baiano (aos 2’ do 1ºT), Ailton (aos 34’ do 1ºT), Renê (aos 40’ do 1ºT), Rodrigo Mancha (aos 26’ do 2ºT).
Expulsões: (N) Leonardo Luiz (aos 30’ do 2ºT); (S) Renê (aos 34’ do 2ºT)
Público: 26.173.
Renda: R$ 496.860