Assaltos a bancos eram orquestrados de dentro de presídio baiano, diz PC

Alagoas24horasPolícia e MP detalham ação de bando especializado em assalto a bancos

Polícia e MP detalham ação de bando especializado em assalto a bancos

A Polícia Civil divulgou na manhã desta sexta-feira (2), durante coletiva à imprensa ocorrida em Jacarecica, detalhes da operação que cumpriu dez mandados de busca e apreensão do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) na última quarta-feira (30), ocorridas em Paulo Afonso, na Bahia.

O grupo que atuava no Sertão alagoano era especializado em roubo a banco e tinha como sede a cidade baiana. Entre os membros está um policial civil e um detento que comandava as ações de explosões aos caixas dentro do presídio.

“Além de Alagoas eles atuavam também em Pernambuco, Sergipe e na própria Bahia”, diz a delegada Ana Luiza Nogueira do Departamento de Investigação e Capturas da Polícia Civil (Deic).

Todos os mandados foram cumpridos e oito membros foram presos. Três presos permanecem na Bahia e cinco foram trazidos para Alagoas. “Como três integrantes tinham mandado de prisão também na Bahia, então eles permanecem por lá, mas com uma carta precatória convalidada pela Justiça baiana”, diz o delgado-geral da Polícia Civil, Carlos Reis.

Com o bando foram apreendidos 56 coletes balísticos, computadores portáteis, celulares, dois revólveres, uma espingarda, uma balança de precisão, além de um crachá pertencente a uma empresa de segurança particular e um distintivo do Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os presos pela Justiça alagoana são Josélio Ramos Lúcio; José Ronilson da Silva; José Carlos Xavier, o “Boi”; Jefferson Barros, o “Brinco” e Josenildo do Nascimento Ramos, o “Cabeção”.

Ainda segundo a polícia, Josélio Ramos Lúcio era o líder e responsável pelo levantamento dos bancos alvos de arrombamento. Ele visitava a cidade e verificava a movimentação dos funcionários para, em seguida, arregimentar os integrantes.

Entre as cidades atingidas pela quadrilha estão Piranhas-AL, Canudos-BA e Jatobá-PE. “Por enquanto, em Piranhas, nós temos provas de que um assalto ocorrido tenha sido praticado por essa quadrilha”, adianta a delegada.

O equipamento utilizado pela quadrilha era fornecido por José Carlos Xavier, que trabalhava em uma empresa particular de segurança. “Como ele trabalhava em uma empresa de segurança facilitava assim a aquisição do aparato para ser utilizado durante os assaltos”, explica.

O bando é acusado pelos crimes de formação de quadrilha e roubo a instituição financeira. Há ainda entre os envolvidos acusados em homicídios e tráfico de drogas.

Ordens vinham do presídio

O que mais chamou a atenção dos delegados durante o desbaratamento da quadrilha foi a participação decisiva do criminoso Cirone Pereira de Lima, que está preso na Bahia. De acordo com a delegada, Cirone dava ordens de dentro do sistema penitenciário de Paulo Afonso-BA. As ordens eram relacionadas à utilização de explosivos durante as ações criminosas.

Além da falha no sistema de segurança, a participação de um agente do estado, o policial civil Edjair Ferreira, conhecido vulgarmente como “Macau”, também chamou a atenção dos investigadores. O criminoso está preso na Bahia e as investigações apontam que ele seria o responsável por fornecer munição a quadrilha.

Edjair vai responder por transgressão disciplinar, já que é lotado como agente Civil na Bahia.

A descoberta da quadrilha aconteceu após a prisão do primeiro integrante, Cícero Antonio Cordeiro. “Foi com ele que apreendemos também três espingardas, dois revólveres, uma pistola, munição, bananas de dinamite e balaclavas”, complementa Carlos Reis.

A Polícia Civil informa ainda que os novos esforços estão sendo feitos para prender outras quadrilhas que atuam naquela região. “Esperamos que agora haja uma redução nesse tipo de infração penal. Nas próximas semanas vamos informar o andamento de outras operações realizadas paralelas a essa”, finaliza Carlos Reis.

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