O São Paulo pensa em Sandro, do Tottenham, como reforço para o segundo semestre, mas pode esbarrar em um obstáculo inusitado: o ‘fator Bale’. É assim que vem sendo chamada a fama de duro na queda que o presidente do clube londrino, Daniel Levy, mantém no mercado e que teve peso decisivo na transferência recorde de R$ 300 milhões do craque galês para o Real Madrid.
O volante revelado no Beira Rio desembarcou em White Hart Lane em 2010 e, segundo apurado pelo ESPN.com.br, avalia com o seu estafe ter chegado a hora de uma mudança de ares.
A princípio, o objetivo do novo presidente tricolor Carlos Miguel Aidar é contar com o atleta para preencher o espaço a ser liberado no elenco com as saídas de Denílson, em baixa com a comissão técnica, e Wellington, em negociação com o Inter, durante a pausa do Brasileiro para a Copa. Felipe Melo, do Galatasaray, também foi cogitado para o lugar, porém, o salário de R$ 750 mil assustou.
O São Paulo não é o primeiro time a estabelecer Sandro como alvo.
Pessoas próximas a ele foram procuradas cerca de um mês atrás por dirigentes colorados com um projeto de marketing para repatriá-lo e fazer dele o protagonista do novo Beira Rio.
Havia ainda a necessidade de fortalecer o setor em caso de saída do chileno Charles Aránguiz. Depois de apalavrado com o presidente licenciado do Sport, Luciano Bivar, Rithely acabou não vindo também.
Na época, os representantes gaúchos apostavam que o confronto público entre Sandro e o técnico do Tottenham, Tim Sherwood, poderia facilitar a sua liberação. Deixado de fora de uma partida, o brasileiro foi perguntado por torcedores através do Twitter se estava lesionado. Ao esclarecer que se encontrava bem, desagradou o comandante dos Spurs, que respondeu forte e, novamente através das redes sociais, foi ironizado pelo jogador.
"Ele (Sherwood) vai sair ao fim da temporada. Então, treinador novo, tudo novo", afirma o volante ao ESPN.com.br.
Com contrato por mais três anos, reverenciado pela torcida e sondagens do futebol italiano, ele acredita que o clube não aceitaria liberá-lo por empréstimo. Até por isso, o seu empresário, Luiz Paulo Chignall, praticamente descarta um retorno ao Brasil nesse momento.
"A gente está aguardando a janela para ver o que vai acontecer. Por enquanto, ele fica no Tottenham. A saída dele teria que ser por transferência. A princípio, o presidente quer venda", explica Chignall.
A busca por um volante é uma das prioridades do São Paulo e considerada uma das carências do elenco por Muricy Ramalho. Atualmente, Maicon e Souza ocupam essa faixa do campo.
"Não estou sabendo de nada ainda, mas fico feliz em ter meu nome comentado num clube do tamanho do São Paulo. De qualquer forma, seria muito difícil um empréstimo aqui. Se for para sair, teria que ser vendido e não é por pouco. Outros times vieram, porém, com pouco dinheiro. O presidente (Daniel Levy) negocia todo mercado, segura as conversas, teve o caso Bale, não é fácil", conclui Sandro.