A árbitra assistente Fernanda Colombo Uliana chamou atenção não somente por sua beleza, na noite desta quarta-feira, no duelo entre São Paulo e CRB. Ela foi criticada pelos são-paulinos durante e depois da partida por conta de marcações de impedimento que não teriam existido e também de uma agressão do zagueiro Gabriel em Luis Fabiano ocorrida à sua frente – e não sinalizada.
"É bom juiz (o Ronan Marques da Rosa), mas ele não viu, a bandeira não viu, ninguém viu. Ela errou muito. É muito bonita, aquelas coisas todas, mas tem que bandeirar melhor", criticou o treinador, que ficou quase o tempo todo de pé diante do banco de reservas e consequentemente próximo da bandeirinha.
Professora de educação física, a assistente de 23 anos, filiada à Federação de Futebol de Santa Catarina, é aspirante à Fifa e trabalhou em apenas três partidas nesta temporada, apenas duas profissionais. Além do jogo desta quarta-feira, válido pela segunda fase da Copa do Brasil, bandeirou uma vez na Série B do Campeonato Brasileiro (em Bragantino x Náutico) e também em uma competição sub-17.
Abordada pela reportagem na saída do Pacaembu, Fernanda preferiu não comentar as declarações do treinador, que já havia reclamado com ela em campo, assim como os jogadores do São Paulo, em especial o atacante Luis Fabiano e o meia Paulo Henrique Ganso. Mas não só ela foi alvo de críticas dos são-paulinos. O quarto árbitro Raphael Claus, que será árbitro principal do clássico de domingo, contra o Corinthians, igualmente ouviu muitas reclamações.
"Teve o problema com o Luis, porque, depois da reclamação, ele passou a inverter todas as faltas. Desde o ano passado, meu trabalho com o Luis Fabiano tem sido pegar no pé dele para corrigir sua atitude com a arbitragem. Mas a arbitragem também tem que ver isso aí. Há muito tempo que ele não é expulso, não faz nenhum gesto. O árbitro não pode olhar para o passo, e a gente espera que ele apite bem no domingo", disse Muricy, satisfeito, por outro lado, com o triunfo por 3 a 0.
"Eu me preocupo quando não criamos oportunidades de gol, como foi no jogo contra o Cruzeiro, quando nem nós nem eles criaram. Foi um jogo chato. Contra o Coritiba, tivemos chance. Hoje (quarta-feira) também. Isso anima a gente. Fizemos três gols e poderíamos ter feito mais. Quando tem jogada de criação para gol, a gente fica contente", avaliou.
A preparação para o clássico, que é válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro e foi transferido do Morumbi para a Arena Barueri (em função da realização de dois shows no estádio são-paulino), começa nesta quinta-feira, quando o elenco se reapresenta, no CT da Barra Funda.
Muricy faz mistério sobre substituto de Pato
Mal havia acabado a partida contra o CRB, na quarta-feira, Muricy Ramalho foi questionado sobre o time que enfrentará o Corinthians, no domingo. O treinador do São Paulo aproveitou a distância até lá como desculpa para não responder, mas deu o primeiro indício de que essa dúvida só será desfeita minutos antes do jogo, em Barueri.
"Você (jornalista) está fazendo essa pergunta porque é seu trabalho, mas já sabe a resposta. Eu não vou te dar. De jeito nenhum. Acabou o jogo agora, e vou falar o time que vai jogar no domingo? Não tem tendência, não tem nada. Peço desculpa, mas não vou responder", disse, sorrindo.
É muito provável que ele não responda nem mesmo na sexta-feira, dia em que geralmente concede entrevista coletiva e em que comandará o último treino aberto para a imprensa antes do jogo. Outra tendência é que, neste dia, ele só libere o acesso dos jornalistas ao CT da Barra Funda depois de comandar um treinamento tático com os jogadores.
A grande dúvida na escalação é sobre quem será o substituto de Alexandre Pato. O atacante está contratualmente impedido de atuar contra o Corinthians, clube que detém seus direitos econômicos e que o emprestou ao São Paulo até o final de 2015, recebendo Jadson em troca – pelo acordo entre os rivais, o meia também não poderá ir a campo. Duas ausências lamentadas pelo treinador.
"Nosso time já está se acostumando a jogar com o Pato. Os jogadores estão se entrosando. Sem eles, quem perde é o futebol. A gente já não tem tantos grandes jogadores, a verdade é essa. Quem vai ver o jogo vai perder, porque os dois são grandes jogadores", salientou Muricy, responsável por ter escolhido a Arena Barueri – e não o Pacaembu – como opção ao Morumbi, que foi alugado pela diretoria para a realização de dois shows no final de semana.
"Escolhemos Barueri porque a gente acha que o Corinthians joga demais no Pacaembu. E porque o São Paulo também se dá bem, tem bom retrospecto lá", justificou o técnico. Foi em Barueri, em 2011, que o goleiro Rogério Ceni marcou seu centésimo gol na carreira, diante justamente do rival.