Atrair turistas não é objetivo da lei da maconha, diz governo uruguaio

Droga não será vendida a estrangeiros, diz diretor de turismo do pais. Decreto que regula produção e venda foi assinado nesta semana.

Matilde Campodonico/APJovem mostra camkiseta com rosto do presidente do Uruguai José Mujica, na comemoração da regulação da maconha

Jovem mostra camkiseta com rosto do presidente do Uruguai José Mujica, na comemoração da regulação da maconha

A regulamentação do cultivo e da venda de maconha no Uruguai ajudou a projetar o país internacionalmente, mas turistas não devem ir para lá pensando que vão se beneficiar da nova lei.

O decreto assinado pelo presidente José Mujica nesta terça-feira (6), que autoriza o Estado a controlar o cultivo e a venda da droga, permite que apenas pessoas de nacionalidade uruguaia ou com residência permanente no país se registrem para comprar o entorpecente legalmente.

Para o diretor nacional de Turismo do Uruguai, Benjamin Liberoff, a regularização da maconha — junto com outras leis liberais (como autorização do casamento gay) e a personalidade excêntrica do presidente José Mujica – ajuda a divulgar o país no exterior, mas apenas de forma indireta.

“Que nosso presidente seja uma imagem carismática é importante pra promoção do país. O fato de sermos uma sociedade aberta também ajuda notoriamente no turismo. Mas o objetivo [da lei da maconha] não é, em absoluto, tornar-se um fator atrativo para turistas”, disse Liberoff ao G1, em passagem por São Paulo para participar de um evento.

No início deste ano, após a promulgação da lei, o jornal uruguaio “El Observador” publicou uma reportagem relatando que turistas brasileiros e de outras nacionalidades vinham procurando por maconha em farmácias de Punta del Este.

Para Liberoff, a falta de informação é um risco que se corre “quando uma medida que implica mudança é manejada massivamente”.

“É um tema delicado, complexo, e sempre há um risco de que se divulgue de forma equivocada. Mas deve ser tratado de forma séria. É um novo caminho que buscamos, e pedimos a compreensão da comunidade internacional”, disse.

Fonte: G1

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