Um juiz americano decidiu nesta sexta-feira (16) que o Billboard Music Awards pode usar um holograma do ícone pop Michael Jackson durante um show neste fim de semana, rejeitando esforços de companhias de tecnologia que buscavam bloquear a performance digital.
O juiz Kent Dawson disse que não há indícios suficientes de que a imagem 3-D violaria patentes da Hologram USA Inc. e da Musion Das Hologram Ltd.
As companhias detêm direitos da tecnologia que ficou conhecida por permitir que uma imagem do rapper Tupac Shakur, morto em 1996, fizesse parte, em 2012, do festival musical Coachella.
"A decisão não é surpreendente", disse o advogado Howard Weitzman, que representa legado de Jackson. "O pedido para evitar esse evento extraordinário de Michael Jackson é ridículo."
Produtores falam em ‘performance histórica’
Os planos de utilização do holograma durante o show, que ocorre domingo (18), foram ventilados após a abertura do processo, na quinta-feira (15), mas não foram confirmados até a tarde de sexta-feira (16). Produtores têm dito apenas que haverá uma "performance histórica" na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, que iria promover o último álbum póstumo do ídolo, "Xscape".
A Hologram USA e a Musion disseram na ação judicial que um dos seus produtos estava sendo utilizado sem autorização por um competidor para criar um segmento que mostrará Jackson dançando uma nova música, "Slave to the Rhythm."
O advogado Michael Feder, que representa o show e o legado de Michael Jackson, disse que a performance holográfica estava sendo planejada há meses e foi discutida com Alki David, que detém o direito da tecnologia que cria e projeta imagens por meio da Hologram USA e da Musion.
Hologram obteve direitos da tecnologia após falência da Digital Domain
O advogado das empresas, Ryan G. Baker, disse que o processo continuaria.
"É só o começo de um caso que vai continuar, e meus clientes têm confiança de que vão vencer e serão ressarcidos por todos os prejuízos causados pela conduta irregular dos réus", disse Baker.
A Hologram USA obteve os direitos da tecnologia de holograma depois da quebra da Digital Domain, que criou a imagem de Shakur dois anos atrás.
A ação também coloca como réu John C. Textor, presidente da Pulse Entertainment Corp., que era o chefe da Digital Domain. Pulse é acusado de usar as técnicas de holograma sem licença. Ele não respondeu ao contato da reportagem imediatamente.
Em março, a Hologram USA processou o Cirque du Soleil e a MGM Resorts International por causa do show "Michael Jackson One", no Mandalay Bay Hotel e Casino. O show trazia uma performance de Jackson, que a companhia afirma ser um uso não-licenciado de sua tecnologia.