Após uma boa estreia no início de abril, com 12 pontos no Ibope, o ‘Superstar’ vem perdendo audiência. Nos últimos três domingos, o reality musical da Globo registrou 10 pontos. Chegou a perder para o cinquentão ‘Programa Silvio Santos’. Já não existe certeza sobre a produção de uma segunda temporada.
Em Portugal acontece a mesma situação. A versão local, o ‘Rising Star: A Próxima Estrela’, exibido no canal TVI, tem perdido público a cada semana. Lá, o programa concorre diretamente com o ‘The Voice Portugal’, da RTP1.
O formato do ‘Superstar’, antes visto como a salvação da TV, por hipoteticamente atrair os internautas com a interação por meio de aplicativo para tablets e smartphones, sinaliza que ainda não foi desta vez que a interação se relevou bem-sucedida.
Nenhuma emissora brasileira conseguiu, até aqui, lançar um produto capaz de mobilizar o público do universo da web para a tela da TV. O aplicativo de interatividade do ‘Superstar’ é uma inovação importante, mas não o suficiente para despertar o interesse da massa digital.
Os executivos de TV e analistas de comunicação quebram a cabeça para achar uma fórmula que faça a televisão e a internet caminharem em sintonia. Para as emissoras, não basta ter um site com design moderno e despejar links da programação nas redes sociais.
É fundamental segurar o telespectador-internauta, que adquiriu o hábito de ver TV conectado ao Twitter, Facebook e outras mídias. E, ao mesmo tempo, tentar seduzir quem acompanha a programação dos canais exclusivamente pela internet — e ainda os que trocaram, sem remorso, a TV aberta pela programação dos canais pagos.
A missão é complexa. Desse resultado depende o futuro (bem próximo) da televisão. O veículo que até pouco tempo era visto como imbatível, hoje sofre uma crise sem precedente. Ou se adapta aos novos tempos, ou perderá cada vez mais relevância no dia a dia das pessoas. A TV está sendo engolida pela internet e não consegue achar o caminho de volta.