Cinco mil cruzes foram fincadas nesta segunda-feira (19) em frente ao Congresso Nacional por representantes dos sindicato dos rodoviários de vários estados em protesto contra possíveis mudanças na lei que regulamenta a profissão dos caminhoneiros. No final de abril, a Câmara dos Deputados aprovou alterações, como o aumento da jornada de trabalho e diminuição do tempo de descanso. O texto seguiu para análise do Senado.
Representante do sindicato de Mogi das Cruzes, Reginaldo Paccini, o número de cruzes representa as mortes nas estradas causadas por caminhões ou ônibus no último ano no Brasil. “A Polícia Rodoviária passou essa estatística de mortes para a gente. Foram cerca de 5 mil mortos nas estradas em acidentes causados por caminhões ou ônibus”, disse.
O protesto aconteceu paralelamente a uma audiência pública sobre o assunto. Nos moldes atuais, a lei garante que os rodoviários tenham meia hora de pausa a cada quatro horas trabalhadas. A jornada é de oito horas, com possibilidade de duas horas extras, e o descanso diário é de nove horas ininterruptas.
Se as mudanças foram aprovadas, o descanso de meia hora poderá acontecer depois de seis horas. Também prevê até quatro horas extras e descanso diário de oito horas. Na justificativa, os parlamentares disseram que queriam uma lei que funcionasse na prática.
Segundo Paccini, os rodoviários necessitam do tempo de descanso da forma como é determinado atualmente na lei. “A gente não pode trabalhar só pensando no lucro que os empresários vão ganhar, temos que pensar também na segurança das nossas estradas. Motorista cansado pode causar acidentes”, afimou.