Os perigos de uma profissão desvalorizada, o desemprego e a habitação no campo são os principais temas do ato público promovido pelo movimento “Grito da Terra Brasil” que pretende reunir na manhã desta terça-feira (20) cerca de três mil trabalhadores no estacionamento do Jaraguá. O objetivo da mobilização é conscientizar a população sobre o assunto. Ainda na manhã de hoje, os trabalhadores rurais seguem para Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) onde participarão de um debate.
O movimento é de caráter nacional e acontece simultaneamente em todas as capitais do país. Em Alagoas, a ação é promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Alagoas (Fetag- AL), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e membros dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STTRs).
De acordo com Genivaldo Oliveira, há 20 anos que a entidade entrega pautas aos governos estaduais e federais sobre o problema da reforma agrária e muito pouco é feito sobre o assunto. “Nós vamos debater na ALE os problemas mais vigentes que são o recente desemprego no setor canavieiro, por conta do fechamento das usinas do grupo JL, mecanização do trabalho e habitação”, diz Genivaldo.
O debate será mediado pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT). Os trabalhadores esperam também que o governo crie políticas de permanência do homem no campo e olhem com mais preocupação o problema. “Queremos saber, por exemplo, como será a seleção de agricultores para participar do Canal do Sertão. O abandono é nossa principal pauta e precisamos reverter isso”, diz Genivaldo.
No Brasil, cerca de 150 mil trabalhadores se movimentam em diversas capitais com faixas e cartazes. O último “Grito da Terra” em Alagoas aconteceu em maio de 2011, em uma reunião ocorrida no Palácio República dos Palmares, no Centro.