Os operários que trabalham no primeiro turno das obras de ampliação do shopping Iguatemi, em Campinas (SP), estão sendo dispensados do trabalho na manhã desta terça-feira (20). Dois trabalhadores morreram após o desabamento de uma estrutura de concreto de 125 metros quadrados na noite de segunda-feira (19). A peça caiu de uma altura de seis metros sobre as vítimas, que foram soterradas.
A EPTV, afiliada da TV Globo, apurou que um funcionário da construtora Método, responsável pela obra, orienta desde as 6h30 os trabalhadores a voltarem para casa. A empresa, por meio da assessoria de imprensa, confirmou que os trabalhos estão parados nesta terça-feira. Por volta das 8h30, fiscais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), vinculado à Prefeitura de Campinas, chegaram no canteiro de obras para fazer uma fiscalização e investigar o ocorrido. Um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) também foi ao local nesta manhã.
Já o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deve vistoriar o local durante a tarde desta terça-feira, segundo o gerente regional do MTE, Sebastião Jesus da Silva. O órgão já havia embargado parcialmente a ampliação por pelo menos uma semana em agosto de 2013, quando o órgão identificou problemas nas instalações elétricas e máquinas, além de falta de proteção para funcionários. Na época, segundo a empreiteira responsável pela obra, ao menos 100 homens trabalhavam no local.
O desabamento, segundo o tenente Éder Mortatti do Corpo de Bombeiros, ocorreu por volta de 19h e as buscas pelos operários desaparecidos se estenderam até as 22h25, quando os corpos foram encontrados. De acordo com o oficial, foram utilizadas retroescavadeiras, que removeram a parte mais pesada da estrutura para facilitar o acesso ao local onde eles trabalhavam no momento da queda. Não houve outras vítimas. O caso foi registrado no 4º Distrito Policial (DP) como morte suspeita. A Polícia Civil apura as causas e responsabilidades no acidente.
Os operários mortos são Manoel Willes Bernardo da Silva, de 34 anos, natural de Landri Sales (PI), e Francisco Célio Pereira da Silva, de 22 anos, natural de Teresina (PI). Ambos trabalhavam como servente de pedreiro, segundo registro do boletim de ocorrência. Os policias militares que relararam o caso ao delegado Thiago Reis disseram que o arquiteto responsável pela obra informou que os eles faziam a limpeza dos resíduos do preenchimento da laje, quando a estrutura se rompeu. Os corpos estavam no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas até as 9h45 desta terça-feira, aguardando liberação.
Até esta publicação, a Método Construtora não havia divulgado quantos trabalhadores estavam no canteiro no momento do desabamento. Por meio de nota, a empreiteira afirmou que vai apurar as causas do acidente e que prestará todo o auxílio necessário aos familiares dos empregados, inclusive na liberação dos corpos e o traslado para as cidades de origem. A empresa também se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários
Já o Shopping Iguatemi afirma, em nota enviada pela assessoria de imprensa, que lamenta o ocorrido e afirmou que acompanhará a apuração da construtora contratada. O centro de compras também se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a investigação das mortes.