‘Antivírus está mais vivo do que nunca’, diz executivo da AVG

DivulgaçãoTony Anscombe

Tony Anscombe

A utilidade de softwares antivírus foi posta em cheque pela Symantec, criadora do Norton, quando um executivo da companhia disse há duas semanas que o "antivírus está morto". Porém, não é o que parece pensar o restante da indústria. Em entrevista ao TechTudo, o chefe de produtos gratuitos da AVG, Tony Anscombe, foi categórico: “O antivírus está mais vivo do que nunca”. Entenda a polêmica.

Segundo o executivo, softwares que utilizam assinaturas de vírus, detecção na nuvem e análises heurísticas e comportamentais são essenciais para se manter protegido contra hackers. “Em nossa casa, temos cercas do lado de fora, chave na porta e alarme contra invasores. No computador e sistemas móveis, a mesma coisa: é necessário ter várias camadas de proteção contra malwares”, diz.

O diretor de marketing da AVG Brasil, Mariano Miranda, vai além, e cita diretamente a criadora do antivírus Norton. “Não sei porque eles [Symantec] disseram isso. Na verdade, só o antivírus de dez anos atrás está morto, que usava unicamente assinaturas de vírus.

Hoje, a AVG (e o resto da indústria) usa vários mecanismos para combater malwares, ou seja, não somente vírus”, dispara Miranda.
No limite, a AVG acredita que esse tipo de declaração pode causar a impressão errada nos consumidores, encorajando-os até mesmo a terem comportamento inadequado na Internet.

Por isso, Anscombe alerta: “Se o governo disser que não há violência e as pessoas começarem a deixar carros abertos nas ruas, no dia seguinte aparecerão criminosos para se aproveitar da situação roubando os carros. O pensamento é o mesmo quando se trata de segurança online”.

“A frase [do executivo da Symantec] pode ter sido utilizada fora do contexto, mas soa estranho que tenham dito isso. No mínimo, as manchetes a partir da declaração foram irresponsáveis”, completa.

Entenda o caso

Na ocasião, o vice-presidente sênior de TI, Brian Dye, disse está cada vez mais difícil impedir que hackers invadam computadores domésticos e empresariais, o que poderá forçar toda a indústria a mudar de estratégia: focar na solução em vez da atualmente ineflicaz prevenção da invasão.

Esse cenário estaria mudando até o comportamento dos usuários. “Se os clientes estão preferindo detectar e responder à se proteger, o crescimento virá de detectar e responder”, explicou o concorrente ao se referir ao mercado de softwares antivírus, que vem diminuindo e tendo quedas no faturamento.

Aumento dos perigos na rede

A AVG sustenta a necessidade de utilizar antivírus na crescente profissionalização dos ataques. Enquanto no passado os hackers invadiam sistemas em busca de desafios próprios, ameaças atuais são orquestradas por uma verdadeira rede de cibercriminosos. “Eles buscam lucro com a obtenção de dados valiosos dos usuários, por isso sempre será necessário combatê-los”, detalha Anscombe.

O problema também está nos dispositivos móveis. A AVG considera indispensável o uso de antivírus no celular, mesmo os que têm números menores de aplicativos maliciosos registrados, como iPhone e Windows Phone. Uma das formas comuns de ataque, por exemplo, é o phishing via SMS, que envia links falsos ao usuário com o objetivo de leva-lo a páginas perigosas, independentemente do sistema operacional usado.

De acordo com a AVG, esse tipo de ameaça pode ser bloqueado caso um navegador seguro ou outro app de segurança esteja instalado no dispositivo e possa escanear o link antes de permitir que o usuário possa acessá-lo – um exemplo é o navegador AVG Safe Browser, disponível para iPhone.

Controle centralizado de dispositivos

O produto mais recente da companhia é o AVG Zen, um programa para Windows com versão para Android e iOS que reúne na tela o status de segurança de vários dispositivos usados pela família. “Toda família tem alguém mais antenado em tecnologia, e essa pessoa vai poder usar o Zen para ajudar as pessoas a manter as configurações de segurança sempre ativas”, explica o representante da AVG.

A ideia é que uma pessoa consiga monitorar a atualização de antivírus e a instalação de ferramentas de segurança em qualquer PC ou smartphone, desde que o dono do aparelho dê a permissão necessária. Assim, sempre haverá alguém responsável por manter os aparelhos seguros. “No futuro, será possível até instalar itens e fazer o update dos pacotes remotamente”, diz Anscombe, que assegura que o programa não permite qualquer controle sobre as funções do aparelho.

AVG Zen é um programa gratuito lançado nos Estados Unidos em março de 2014, portanto só está disponível em inglês. Por isso, as versões para PC e Android ainda não estão disponíveis para o usuário brasileiro em português, que ainda deverá esperar um pouco até que a novidade seja traduzida.

Fonte: Techtudo

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