A modelo Amanda Griza, de 19 anos, que estava na presa na China desde o dia 8 de maio, foi liberada do cárcere neste domingo (25). De acordo com o pai, Edson Griza, a própria garota entrou em contato no começo da manhã para avisá-los. "Mãe, tô solta. Nem posso acreditar", disse em primeira mensagem. Suspeita de trabalhar ilegalmente no país, a jovem era a única brasileira entre 60 modelos detidas.
O pai afirma que a modelo já está no aeroporto de Pequim e deve embarcar às 15h deste domingo, horário de Brasília, com destino ao Brasil. Após uma escala em São Paulo, a previsão é que ela desembarque às 21h de segunda (26) no aeroporto de Florianópolis. "A Amanda vai chegar tarde, nossa família é pequena, mas faremos uma bela recepção para ela", diz Edson, que buscará a garota e a levará até a casa onde residem em Camboriú, Litoral catarinense.
A família acredita que o esforço em conjunto das autoridades fez com que a liberação fosse possível. "Nós sabemos que todos fizeram o possível para essa liberação, mas agradecemos principalmente o apoio da vice-consulesa do Brasil em Pequim, Carmelita Pollicott, e do deputado Viera da Cunha (PDT-RS)". A operação de soltura também envolveu o Ministério das Relações Exteriores e do Trabalho, Itamaraty e a Embaixada do Brasil na China.
Apesar do trauma, o pai garante que a garota está bem. "Ela é muito forte. Ao telefone, ainda pela manhã, só pela voz a gente sabe que ela está bem. Nós conversamos pouco, ela ainda está muito confusa com toda essa situação, mas muito feliz em voltar", diz. O apoio de amigos e familiares por telefone e pelas redes sociais fez com que a família tivesse uma manhã atribulada, de respostas aos carinhos.
17 dias de expectativas e frustrações
Amanda foi detida no dia 8 de maio, quando policiais chineses simularam uma seleção de modelos para um desfile. Os pais, o casal de empresários Edson e Helena Griza, garantem que ela entrou no país asiático com um visto de negócios. A polícia da China, no entanto, alega que ela trabalhava ilegalmente.
Modelo brasileira é presa na China por trabalhar ilegalmente
Desde a prisão, diversas organizações e políticos foram mobilizados para a liberação e defesa da jovem. A cada dia, novos prazos de soltura eram informados à família, com informações desencontradas. Os pais não se comunicavam diretamente com a modelo desde o dia da prisão. A vice-consulesa do Brasil em Pequim, Carmelita Pollicott, foi a única pessoa autorizada a fazer o intermédio entre a família e a garota no cárcere.
A modelo estava na China desde o início do ano. Nos planos iniciais, ela passaria 120 dias em Pequim e mais dois meses em Hong Kong a trabalho, contratada via uma agência de modelos. Ela é natural do Rio Grande do Sul, mas vivia com a família há sete anos em Camboriú, Santa Catarina.